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O desejo de ser mãe nasce no coração de grande parte das mulheres ainda na infância
O desejo de ser mãe nasce no coração de grande parte das mulheres ainda na infância| Foto: Bigstock

* Esse conteúdo originalmente foi publicado no portal Sempre Família em 8/5/2019.

O desejo de ser mãe nasce no coração de grande parte das mulheres ainda na infância. Depois de deixar as bonecas de lado e enfrentar a vida adulta, muitas se perguntam qual será o momento certo para ter um filho. Neste contexto, as pressões culturais, sociais e familiares podem influenciar a decisão mais do que as questões biológicas.

Para a designer de interiores Camila Dobins Brandalize Mangini, a pressão da família começou quando começaram a achar que ela e o marido, Leandro Magini, já estavam há muito tempo casados e sem nenhum filho. “Casamos bem jovens, e quando completamos sete anos de união, decidimos parar o anticoncepcional para ver se engravidávamos. Mas sem expectativas maiores”, conta. “Achamos até que demoraria, mas em dois meses descobrimos a gestação”. Hoje o casal tem dois filhos: o Miguel e a Bella.

A designer afirma que foi uma escolha dos dois, e a principal motivação foi experimentar algo transformador. “Não imaginava o quão grandioso seria esse momento. Acho que nunca estamos completamente preparadas para a maternidade, porque ela nos desafia a cada momento”, analisa. “Me tornei mãe quando tinha que ser mesmo, e foi incrível! Sempre ouvi que ‘filho, só tendo para saber’, e é assim mesmo. É deixar de ser eu para ser eles, nós. Maternidade é doação, é renúncia, é se reencontrar no mundo”, reflete.

Flávia Ramos Duarte, psicóloga clínica e hospitalar, observa que quando a mulher tem o desejo de ser mãe, ela saberá qual o seu melhor momento, independente do que a família ou o círculo social do casal acha. A “hora certa” depende de vários fatores como fertilidade, saúde física e emocional, e até estabilidade social da família em questão, segundo ela. “O melhor momento é quando a mulher está saudável, em um relacionamento estável, no qual ambos estão dispostos a abrir mão de si para cuidar de uma criança, não só financeiramente, mas emocionalmente”, salienta.

Planejar é bom, mas o momento perfeito não existe

A sociedade está em constante transformação e suas mudanças também afetam a maternidade. A médica especialista em ginecologia e obstetrícia Daniele Reimche Ott Peters ressalta que anteriormente, o ideal de vida de uma mulher era casar e ter filhos, não havia grandes ambições profissionais e o homem era o único mantenedor da família. Hoje, grande parte das mulheres busca investir na sua educação, na carreira profissional, casam-se tardiamente, e seus salários compõem a renda familiar.

Nesse cenário, em diversos casos, a decisão de ter filhos é adiada. “Pensar que chegará o momento em que a vida estará mais organizada e tranquila, com condições ideais para acolher um filho, pode ser uma ilusão. É provável que o tempo passe e esse momento perfeito nunca chegue”, alerta. A psicóloga Flávia concorda e reitera que planejar é sempre bom, porque um filho muda todas as estruturas de um casal. Porém, não se pode ficar preso ao momento ideal, pois sempre haverá metas para alcançar na carreira pessoal de ambos.

E o relógio biológico?

De acordo com a obstetra Daniele, “relógio biológico” é uma expressão que as pessoas usam para descrever uma queda na fertilidade associada ao aumento da idade. O mito mais comum em relação a esse termo é o de que o desejo de ter filhos começa a se manifestar à medida que a mulher envelhece. “Não existe um impulso biológico que promova essa necessidade de ser mãe e não há mudanças hormonais que possam estimular o aumento de um possível desejo pela maternidade”, explica. Do ponto de vista biológico, o ideal seria engravidar a partir dos 20 anos, quando a taxa de fertilidade começa a reduzir lentamente, até os 35 anos, idade em que as possibilidades de concepção reduzem drasticamente. Além do número de óvulos diminuir, a qualidade é prejudicada. Isso reduz as chances de engravidar, aumenta a incidência de complicações durante a gestação, de abortos e de doenças genéticas.

* Esse conteúdo originalmente foi publicado no portal Sempre Família em 8/5/2019.

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