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Apesar da agilidade na prisão de um suspeito do assassinato da psicológa Telma Fontoura, as condições de trabalho da Polícia Civil no litoral do Paraná não são suficientes para atender a demanda de crimes na região. O maior problema é a falta de efetivo. O presidente da Associação de Bares, Hotéis e Restaurantes do Litoral, José Carlos Chicarelli, diz que o pedido por mais policiais nas praias é uma reivindicação permanente de moradores e comerciantes. "Quando acaba a Operação Verão, a queda no número de policiais é grande. Há uma grande cobrança da comunidade nesse sentido", afirma.

O delegado Messias da Rosa, titular da Delegacia de Gua­­ratuba, não esconde que a falta de efetivo é um problema. Na cadeia local trabalham seis in­­vestigadores em plantões separados. Mas a prioridade de­­les, de acordo com Rosa, é cuidar de presos. Na unidade há 80 detidos. "Contamos com o apoio da Polícia Militar aqui. A gente se une", afirma, garantindo que a delegacia tem um alto índice de solução de crimes.

O problema aparece em todas as outras unidades do litoral. A equipe de investigação de Ipa­­nema, responsável pela investigação da morte de Telma, é composta também por quatro profissionais, além de dois escrivães, segundo o delegado-chefe do litoral, José Sudário da Silva. Em Paranaguá, onde é titular, Silva conta que há oito investigadores, um número maior de profissionais que nas outras unidades. Em compensação, a delegacia, com sede em um prédio construído na década de 50, se transformou em um minipresídio. Há 254 presos e chegou a abrigar 270 na semana passada. "Hoje melhorou muito a parte de equipamentos, como materiais e viaturas, mas o recurso humano não", lamenta.

Perto dali, em Matinhos, a realidade é um pouco diferente. O delegado Tadeu Bello conta com seis investigadores e o reforço de quatro guardas mu­­­nicipais, fruto de convênio com a prefeitura. "O problema não é específico do litoral. É estadual. Temos que suprir a necessidade com criatividade", diz, justificando a ajuda da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Mesmo assim, o delegado acredita que a polícia tem cumprido bem o trabalho de investigações na cidade.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que deve reforçar o efetivo da região e que novas ações estão programadas para o litoral. A falta de pessoal nas praias foi um dos assuntos debatidos ontem por policiais civis e militares em uma reunião, em Para­naguá. De acordo com Silva, os policiais de cada município levantaram seus problemas e discutiram como melhorar a integração entre as forças de segurança.

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