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Medo da febre amarela aumentou a busca por vacina em todo o país | va/dc/JOEDSON ALVES
Medo da febre amarela aumentou a busca por vacina em todo o país| Foto: va/dc/JOEDSON ALVES

O reaparecimento de casos de febre amarela no Brasil trouxe um misto de dúvida e medo. Sem registros no país há 75 anos, a doença retornou com força. Até o momento, são 215 casos confirmados e 70 mortes em estados como Minas Gerais, Espirito Santo e São Paulo. E essa proximidade com o Paraná faz com que a preocupação se torne ainda maior.

Só que ainda restam muitas questões sobre a doença, a vacina e as próprias áreas de risco. Esse clima de incerteza se torna terreno fértil para que boatos se espalhem, o que dificulta o trabalho de combate e prevenção. Então confira alguns esclarecimentos e veja tudo o que você precisa saber sobre a febre amarela.

O Paraná corre algum risco?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as áreas rurais e silvestres de quase todo o país são consideradas de risco — o que inclui o interior paranaense. Isso não quer dizer que o Paraná já tenha casos registrados de febre amarela, mas a possibilidade de surgirem fez com que a procura por vacinas aumentasse neste início de ano.

A região em vermelho indica as áreas de risco em 2013. Já a faixa em laranja, localizada da Bahia ao norte do Rio de Janeiro, mostra a expansão da doença neste ano

Reprodução/Organização Mundial da Saúde

A preocupação existe porque a febre amarela retornou ao Brasil em sua forma silvestre, o que faz com que ela se manifeste principalmente em macacos. O problema é que mosquitos podem picar esses animais e transmitir a doença para humanos não imunizados.

Como ainda não há registros em sua forma urbana, a faixa mais ao leste do estado fica de fora da área indicada pela OMS como de risco — o que inclui Curitiba e o litoral.

Quem deve tomar a vacina?

Como explica a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, a vacina contra febre amarela é destinada para quem vai viajar para uma região de risco. Isso inclui os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Quem pretende viajar para áreas de matas e rios nos estados da Bahia, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo também deve ser vacinado. O mesmo acontece para quem for para países como Colômbia e Peru.

A vacina deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo tenha tempo de produzir os anticorpos necessários para a imunização.

A vacina tem efeitos adversos?

Como toda doença, a imunização contra a febre amarela também pode trazer alguns pequenos efeitos colaterais. Entre eles estão febre, dor de cabeça e muscular. Em casos mais raros, é possível que surja a chamada doença viscerotrópica, que o vírus se replique de maneira anormal. Ela é considerada grave e pode causar falência múltipla dos órgãos.

Contudo, as chances de isso acontecer são baixas. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a ocorrência dessa reação é de 1 a cada 400 mil doses aplicadas.

Existem grupos de risco?

As gestantes só devem tomar a vacina contra febre amarela com orientação médica. Se elas estiverem em uma área considerada de risco de contrair a doença, a imunização deve ser feita, mas sempre com a orientação de um profissional de saúde.

Os idosos também precisam de maiores cuidados. De acordo com a Fiocruz, há estudos que indicam um risco maior de efeitos adversos em pessoas de mais idade. Assim, é preciso avaliar os riscos e os benefícios antes de procurar um posto de vacinação.

Além disso, pessoas com doenças autoimunes e histórico de doença do timo (timoma, miastenia gravis, timectomia) também apresentam chances maiores de desenvolverem complicações após a aplicação. Pessoas submetidas a tratamento com corticosteróides, antimetabólitos, radiação ou a qualquer outra terapia imunossupressora não devem receber a vacina.

Como a febre amarela é transmitida?

A febre amarela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados. Na silvestre, os mosquitos transmissores são o Haemagogus e o Sabethes. Já na urbana, o transmissor é o Aedes aegypti, o mesmo responsável pela dengue e, mais recentemente, a zika e a chikungunya. Como estamos no verão, época em que esse mosquito mais se prolifera, o risco da febre amarela ganhar mais força se intensifica.

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