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Atualizado em 01/11/2006, às 18h

Onze pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira em Curitiba e União da Vitória, região Sul do Paraná, acusadas de formação de quadrilha, ocultação de bens, lavagem de dinheiro e concussão (extorsão cometida por funcionário público). A ação foi coordenada pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).

A operação, batizada como "Integridade II" e, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), é um desdobramento da Operação Integridade, realizada no mês de julho, quando seis auditores foram presos. Segundo as denúncias divulgadas após as primeiras prisões, as vítimas dos auditores eram geralmente motoristas de caminhões e empresas que transportavam cargas com alguma irregularidade.

As informações sobre as atividades de alguns dos presos estão desencontradas. A Sesp divulgou que entre os detidos estariam três auditores da Receita Estadual (Marcos Antônio Pereira, José Zatorski, e Dionísio Dronk). Contudo, a Coordenação da Receita do Estado garantiu que apenas o último deles, Dionísio Dronk, é auditor – e inclusive já estaria afastado desde as primeiras prisões. Pereira e Zatorski seriam apenas funcionários administrativos da Receita Estadual em União da Vitória e não auditores.

Ao todo foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva em Curitiba e quatro em União da Vitória. A assessoria de imprensa da Sesp divulgou que os presos na capital foram: Joicimery M. Iczzavski, 37 anos, Cleber da Silva, 26, Eduardo Lopes Duraes dos Santos, 25, Luiz Paulo Bini Rocha, 26, Daniel da Silva Moura de Oliveira, 34, e Lucélia de Fátima Gonçalves, 30.

Na região de União da Vitória foi presa Ângela Hartmann, 23, proprietária da empresa fantasma utilizada para lavar dinheiro e filha de um dos presos na primeira operação, além de Ana Maria Spesato dos Santos, 45. Horacio Hurpia, 39, também participava do esquema e havia se apresentado à Polícia no início deste mês. Além de Hurpia, o Nurce também já havia prendido o auditor Ivan Carlos dos Santos, 51, em Florianópolis-SC, no começo do mês de outubro.

Todos os presos serão encaminhados para União da Vitória, onde os crimes aconteceram."As informações que o Ivan nos deu foram muito importantes para a investigação", declarou o delegado-chefe do Nurce, Sérgio Sirino. Além do Nurce, participaram da ação a Polícia Militar de União da Vitória, o Ministério Público e o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais (Tigre).

O esquema

Segundo o delegado-chefe do Nurce, os integrantes da quadrilha que não eram auditores participavam do esquema emprestando seus nomes e suas contas bancárias para os depósitos do dinheiro "arrecadado" nas extorsões - utilizando, inclusive, uma empresa fantasma para trocas de cheques.

"Eles paravam os motoristas no posto da Receita Estadual Ariovaldo Huergo em General Carneiro. No momento em que constatavam alguma irregularidade, os motoristas eram extorquidos", explicou o delegado na época. Os valores, de acordo com o delegado Agenor Salgado, variavam de R$ 300,00 a R$ 15 mil, dependendo da empresa. O posto Ariovaldo Huergo, no entanto, é conhecido como "Posto do Quinhentinho" porque, na maioria das extorsões, os auditores cobravam R$ 500.

O delegado informou que todos os bens dos integrantes da quadrilha já foram bloqueados. Os policiais ainda não sabem o valor do lucro da quadrilha.

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