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Uma das adolescentes vítimas de estupro coletivo no Piauí foi obrigada a amarrar com cordas as três amigas que a acompanhavam para serem violentadas por cinco agressores no município de Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina).

O terror vivido pelas garotas de 15 a 17 anos de idade foi relatado pelo promotor de Justiça Cesário Cavalcante, que acompanha o caso. No último 27 de maio, as quatro meninas foram estupradas, amarradas, apedrejadas e jogadas de um penhasco de cerca de dez metros de altura. Elas estavam no local fazendo fotos para um trabalho escolar.

“Elas contam que, ao serem abordadas por um dos menores, ele já foi dizendo: ‘Meu patrão gosta muito de loirinha’. Ele colocou a faca no pescoço dela, as outras queriam correr e eles já atiraram pedras nelas... Um deles mandou que a própria adolescente amarrasse as demais junto com eles, uma coisa terrível”, disse o promotor antes da audiência de apresentação dos adolescentes à Justiça, nesta quinta-feira (11), em Teresina.

Segundo o relato dos agressores, as meninas foram amarradas com cordas de redes e barbantes.

Uma das garotas teve traumatismo craniano, outra ficou com afundamento na face e fraturas no pulso e tornozelo. Danielly Rodrigues Feitosa, de 17 anos, morreu no último domingo (7) após ficar dez dias na UTI e passar por uma cirurgia de reconstrução da face.

Duas jovens tiveram alta hospitalar, mas a outra continua internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Audiência

Ao longo de oito horas, os quatro adolescentes suspeitos do crime que chocou o país prestaram depoimento à Justiça. O promotor chegou a pedir acareação para confrontar pontos contraditórios nos depoimentos, mas, após ouvir o último jovem, voltou atrás.

Eles foram ouvidos na presença do juiz, do promotor e de dois defensores públicos - encarregados da defesa dos menores. Os pais e responsáveis dos suspeitos também foram ouvidos na audiência.

Um homem de 40 anos, Adão José de Sousa, suspeito de liderar o grupo, será chamado a depor em outro dia, em um processo à parte.

O promotor disse à reportagem que vai oferecer denúncia contra Sousa por estupro, homicídio, tentativa de homicídio e qualificador de feminicídio.

O clima tenso e de comoção em Castelo do Piauí levou o juiz Leonardo Brasileiro a transferir a audiência para a capital do Estado, Teresina. Nos próximos dias, a Justiça receberá a defesa dos adolescentes e ouvirá as vítimas e testemunhas.

Fuzilamento

Uma declaração do vereador Edson Melo (PSDB) causou polêmica na Câmara Municipal de Teresina. O parlamentar defendeu o fuzilamento dos suspeitos - quatro deles são menores de idade - em praça pública.

“Eu posso estar falando uma blasfêmia, mas na minha opinião esses quatro menores e aquele Adão deveriam ser fuzilados em praça pública lá em Castelo do Piauí, inclusive sendo televisionado para todo o mundo”, disse.

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