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O padrasto de Natascha Santina Frederico, de 10 anos, morta ao cair em uma máquina de lavar roupa, contou na tarde desta terça-feira (23) que tentou "desesperadamente" salvar a menina quando a encontrou lá dentro. "Não consegui puxá-la, fiquei desesperado e saí gritando. Ela estava presa, só com as perninhas para cima", relatou o garçom Raimundo Alves da Silva, de 43 anos, na porta do Instituto Médico-Legal Leste (IML), na Zona Leste de São Paulo.

O caso ocorreu por volta do meio-dia desta segunda (22), na casa onde Alves morava com a menina e a mãe dela, a garçonete Rosimere Santos da Silva, na Vila Sílvia. O corpo de Natascha deixou o IML por volta de 15h e seguiria ainda esta noite para Pernambuco, onde ela nasceu. Para a polícia, a causa da morte foi afogamento.

Alves contou que Natascha "subiu em um banquinho" e se debruçou na máquina. "A gente estava brincando na sala e toda hora ela perguntava se era hora de ir para a escola. Eu disse que era cedo. Por um momento ela sumiu e fui procurar no quarto, mas não estava." Quando foi à área de serviço, o padrasto de Natascha a encontrou.

O boletim de ocorrência foi registrado no 24º DP, Ponte Rasa. A versão que Alves deu à reportagem é a mesma fornecida em seu depoimento. Ele admitiu que tirou "um cochilo" na sala, deixando a garota sozinha. Na porta do IML, a mãe da menina, muito abalada, não quis dar entrevistas. Kelly Cristina Teles, 37, se identificou como vizinha da família. Ela disse que viu a criança na máquina e também tentou retirá-la dali.

"Três pessoas ajudaram e não conseguimos. Tiveram que quebrar a máquina", afirmou Kelly, acrescentando que Natascha adorava água e tinha "problemas mentais". "Ela tinha 10 anos, mas mentalidade de uma menina de 3 anos." "Não foi negligência [do padrasto]. Ele cuidava dela como se fosse o próprio pai." Segundo a vizinha, havia roupa de molho na máquina, mas não uma grande quantidade de água. O padrastro negou. "Não tinha água na máquina. Estava desligada."Atendimento

"O bombeiro disse que ela ainda tinha pulso, mas acho que chegou morta ao hospital", disse Kelly. A garota foi encaminhada ao Hospital Municipal Professor Doutor Alípio Correa Netto, na Zona Leste. De acordo com as informações do boletim de ocorrência, ela "deu entrada com ausência de respiracão espontânea, ausência de pulso e sinais clínicos de afogamento, com saída de água por vias aéreas".

Ainda no boletim de ocorrência, consta a informação de que os policiais militares chamados tentaram reanimar Natascha com massagem cardíaca. Nos depoimentos, não há relatos de que a garota tinha problemas mentais.

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