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Presos rebelados exibem supostos reféns no teto de uma das galerias da Penitenciária Central do Estado | Pedro Serápio / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Presos rebelados exibem supostos reféns no teto de uma das galerias da Penitenciária Central do Estado| Foto: Pedro Serápio / Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Presos rebelados sobem à lage de um dos pavilhões da PCE e fazem um fogueira
  • Policiais fortemente armados fazem a guarda do lado de fora da PCE durante a rebelião
  • Polícia cercou a Penitenciária em Piraquara logo após o início da rebelião

Os presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) iniciaram uma rebelião no início da noite desta quinta-feira (14) e tomaram três agentes penitenciários como reféns. Ainda não há informações oficiais sobre mortos ou feridos, mas foram ouvidos tiros e gritos dentro do presídio. A ação dos presidiários acontece na mesma semana em que, por ordem da Secretaria da Segurança do Paraná, foram retirados os 48 policiais militares que faziam a guarda armada do local, em apoio aos agentes. Os PMS atuavam dentro da PCE desde o ano 2001, data da última rebelião que aconteceu no local. Teriam sido retirados para atender o público externo durante a Operação Verão, em que muitos policiais são deslocados para o litoral.

O perigo de rebelião já havia sido alertado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, quando soube da saída dos PMs. O presidente do sindicato, Clayton Agostino Auwertzr avisou, em ofício, a Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente da OAB-PR, Lucio Glomb, que tomou posse no dia 1º de janeiro, conversou com Coordenador Geral do Departamento Penitenciário (Depen) da Secretaria da Justiça, Sezinando Paredes, a respeito da falta de segurança e uma comissão da OAB faria uma visita à PCE nesta sexta-feira (15).

A secretária da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da OAB-PR, Isabel Kugler Mendes, afirmou que os presos foram impedidos de tomar banho de sol e circular após a retirada dos PMS, que teria sido ordenada na segunda-feira e executada na terça-feira. No entanto, nesta quinta-feira os presos voltaram a poder circular, o que teria propiciado a rebelião. Sem os PMS, ficam apenas no máximo 30 agentes penitenciários fazendo a segurança de 1.500 presos em 13 galerias que compõem o complexo de 40 mil metros quadrados de área construída. Enquanto a PM anda armada com munição não letal, os agentes andam desarmados.

Os possíveis mortos seriam presos que, no linguajar do presídio, estariam "no seguro", isto é, ex-policiais, estupradores e pessoas ameaçadas de morte e por isso isolados. Em contato por telefone com o coordenador do Depen, transmitido pela rádio Banda B, um dos presos rebelados afirmou que haveria três ou quatro mortos. As mortes teriam acontecido entre os próprios presidiários em brigas entre facções rivais. Por outro lado, afirmou que os três reféns estariam bem. No contato, houve uma promessa de que a polícia não invadiria o local e que as negociações seriam retomadas apenas na manhã desta sexta-feira.

"Não era para ter chegado a esse ponto. Seu Tadeu (???) jogou alguém lá armado para matar eles. A gente avisou que ia tomar a cadeia e tomamos. Tem um pessoal da oposição que está morto. Os funcionários estão bem. Ninguém bateu neles, ninguém judiou deles. Estamos em pontos estratégicos e só vamos negociar quando nascer o dia", disse um dos presos, que afirma pertencer à facção do crime organizado Primeiro Comando da Capital (PCC). Não foi possível esclarecer quem seria a pessoa de nome Tadeu, citada por ele.

No fim da noite havia cerca de 50 pessoas além de jornalistas e radialistas esperando por informações na frente da Penitenciária. No entanto, nem a Secretaria da Segurança nem a Secretaria da Justiça (responsável pela PCE) deram informações oficiais.

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