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Os pacientes estão sendo barrados nas portas do hospital para atendimentos de emergência | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Os pacientes estão sendo barrados nas portas do hospital para atendimentos de emergência| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

O Hospital Evangélico de Curitiba fechou as portas nesta terça-feira (25) em decorrência de um problema financeiro interno e por falta de suprimentos básicos. Pronto-socorro e setor de atendimento via convênios de saúde estão fechados. Não se trata de uma greve. Os funcionários estão trabalhando e os pacientes internados continuam recebendo atendimento, mas novos pacientes são impedidos de entrar e recebem a orientação de buscar outros hospitais.

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o setor de ambulatórios do Evangélico, que fica na Rua Dr. Carlos de Carvalho, funciona normalmente com o recebimento de pacientes para consultas. O hospital informa ainda que a diretoria da entidade está gerindo o problema financeiro para que até amanhã (26) as atividades voltem à normalidade. Até as 18 horas desta terça, o hospital continuava de portas fechadas.

De acordo com funcionários, a instituição está com o estoque de medicamentos e outros suprimentos esgotado, os equipamentos estão sem manutenção e não há sequer copos plásticos para tomar água. Não há previsão de retorno às atividades normais.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) disse que ainda não foi comunicado sobre o fechamento do hospital. De acordo com a prefeitura de Curitiba, a notificação oficial sobre a suspensão temporária de serviços do hospital só foi enviada no fim da manhã desta terça e uma equipe de auditoria foi encaminhada ao local para averiguar a situação. A prefeitura garante que todos os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), oriundos do Fundo Nacional de Saúde e intermediados pela Secretaria Municipal de Saúde, estão em dia.

Todos as pessoas que se dirigiam voluntariamente ao hospital foram encaminhadas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O tempo médio de espera para atendimento aumentou uma hora nesta terça, fazendo com que cada procedimento levasse cerca de cinco horas. A secretaria confirmou que as ambulâncias do Siate (Bombeiros) e do Samu estão orientadas a não levar pacientes para a instituição.

Pacientes barrados

Duas gestantes que precisavam de atendimento de urgência no hospital foram orientadas a procurar outro local para consulta. A jovem Emanuele Aparecida Dallastella, 18 anos, veio da Unidade de Saúde de Santa Felicidade orientada pelos médicos do local caso precisasse de um atendimento de emergência. Ao chegar no Hospital Evangélico, entretanto, foi orientada a buscar o Pronto Socorro do bairro Campo Comprido.

A jovem está grávida de quatro meses e foi em busca de atendimento por causa de contrações que começou a sentir nesta terça-feira. "Sempre fui atendida aqui, nunca passei por isso. Não sei o que eu tenho, mas estou com muita dor e não consigo ficar muito tempo em pé", disse a gestante.

Grávida de oito meses, a recepcionista Rosineia Lara Santos, 37, está com gravidez de risco e foi orientada na maternidade Mater Dei, Centro de Curitiba, a buscar atendimento no Evangélico, mas não obteve consulta. A gestante precisava fazer uma cesariana. "Agora não sei o que fazer. Eu preciso fazer uma cesariana e me mandaram para o Pronto Socorro no Campo Comprido. O que vão poder fazer lá por mim?", questionou.

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