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 | Cesar Machado
| Foto: Cesar Machado

Na região de Maringá, no Norte do estado, a adesão à greve é de quase 100%. De acordo com o departamento jurídico do núcleo regional de educação, somente uma escola, no município de Lobato, voltou a funcionar. Uma das professoras que não aderiu a greve em Lobato foi Darci Márcia de Oliveira Gazzone, de Língua Portuguesa. Segundo ela, que diz já ter participado de muitas greves, o que acontece agora no Paraná é uma greve política. “Não que eu não tenha um sentimento pela história das bombas, por exemplo, acho muito triste, mas acho que tudo o que aconteceu foi consequência de atos impensados de pessoas que se deixam levar e de outros que estão infiltrados”.

Sobre a legitimidade da greve e as reivindicações dos professores, Darci fala em oportunismo. “Pelo que eu compreendo, a previdência, por exemplo, é de responsabilidade do governo e ele [o governador] é de família boa, gente que nós conhecemos. Achei uma falta de respeito com as autoridades.”

Na região de Francisco Beltrão, no Sudoeste, escolas voltaram a abrir em apenas três municípios. Em São João, as cinco escolas estaduais não aderiram à segunda etapa da greve, iniciada em 27 de abril. Uma professora que leciona no maior colégio do município, o Tancredo Neves, com mil alunos, informou que mesmo não concordando com algumas atitudes do governo estadual, os docentes decidiram defender os interesses dos alunos . “Na primeira paralisação participamos 100%. Mas, nessa segunda greve não. A situação é delicada. Equipes de TVs tiveram aqui para filmar nossa escola e a direção e professores não deixaram. Por que não queremos nos envolver nessa briga. Queremos só continuar trabalhando”, disse a professora. Nos municípios de Sulina e Saudade do Iguaçu, onde funcionam as escolas Nestor de Castro, com 400 alunos, e Duque de Caxias, com 640 alunos, respectivamente, as aulas também foram retomadas na segunda-feira (18).

Em Umuarama, no Noroeste, todas as escolas estaduais estão sem aulas. No Litoral, 80% das 59 escolas estaduais estão fechadas, segundo informações do núcleo regional de educação. Em Antonina e Guaraqueçaba, porém, onde as escolas atendem às comunidades indígenas e das ilhas, as unidades estão em pleno funcionamento. Em Paranaguá, a escola Bento Munhoz da Rocha Neto retomou parcialmente as atividades na tarde de segunda-feira (18). Dos 140 alunos matriculados, 60 compareceram para acompanhar as aulas de sete professores. A direção do colégio informou que os docentes não são concursados e temem perder o contrato de trabalho caso descumpram as determinações do governo do estado. “Todos estão machucados com o que aconteceu no dia 29”, ressaltou a diretora Sandra Mara do Rocio Dias da Silva. Para a APP-Sindicato, o retorno do colégio aconteceu de forma “precária e parcial”.

Na região de Cascavel, duas escolas voltaram a funcionar: o Colégio Estadual Monteiro Lobato, em Céu Azul, onde metade dos professores retornaram; e o Colégio Estadual Pedro Ernesto Garlet, no distrito de Sede Alvorada, em Cascavel, onde as aulas voltaram ainda no fim de abril. No primeiro caso não há consenso entre os professores e a unidade está tentando organizar os horários com o quadro reduzido de docentes. No segundo caso, a decisão ocorreu porque 60% dos alunos do Pedro Ernesto Garlet dependem de transporte escolar e seria difícil repor as aulas se o conteúdo atrasasse muito.

Em União da Vitória, no Centro-Sul, o chefe do núcleo regional de educação, Ricardo Brugnago, disse que 14 das 53 escolas voltaram às aulas nesta semana. Somente as Apaes do município não interromperam as atividades desde o início da segunda etapa da greve. Ainda assim, a coordenação local da APP-Sindicato diz que a adesão à paralisação continua forte e que a região mandará mais de 300 professores para a manifestação desta terça-feira (19) em Curitiba.

Juntas, as regiões de Maringá, Umuarama, União da Vitória e Litoral prometem enviar mais de mil professores para a manifestação desta terça-feira (19) em Curitiba.

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