Andreas von Richthofen quebrou o silêncio 12 anos após a morte dos pais. O rapaz, que tinha apenas 15 anos quando aconteceu o crime, deu uma entrevista à rádio Estadão nesta sexta-feira (6) e defendeu o pai, Manfred Albert von Richthofen, das acusações de que teria desviado dinheiro da Dersa, quando trabalhava na estatal.
Suzane von Richthofen diz que morte dos pais foi premeditada
“Nós três bolamos aquilo”, disse ela sobre o caso onde Manfred e Marísia von Richthofen foram mortos com golpes de barras de ferro pelos irmãos Cravinhos
Leia a matéria completaNa última segunda (2), o promotor Nadir de Campos Junior afirmou no programa SuperPop, da RedeTV!, que Manfred mantinha contas na Europa e que a beneficiária era Suzane. O dinheiro seria fruto de desvios ocorridos nas obras do trecho oeste do Rodoanel, realizadas pela Dersa.
Andreas, que divulgou uma carta à radio, contesta as acusações. “Se há contas no exterior, que o sr. [promotor Campos Junior] apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber.”
“Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender”, acrescenta.
Manfred e a mulher, Marísia von Richthofen, foram mortos na casa em que moravam em 2002. A filha, Suzane, que tinha com 19 anos na data do crime, foi condenada a 38 anos e seis meses de prisão pelas mortes. Também foram condenados o namorado dela na época, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Christian.
Andreas não falou sobre a irmã na entrevista, mas na carta classificou o crime como “nojento” e chamou ela e os outros dois acusados de assassinos. “Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa, e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento”, afirma ele na carta feita ao promotor.
Suzane também ficou mais de dez anos sem falar sobre o crime, até conceder um entrevista ao Programa do Gugu, na Record, na semana passada. Ela deu detalhes sobre o assassinato dos pais afirmou que o crime foi planejado durante meses por ela, Daniel e Christian.
“Todos dizem que eu sou a mentora, a cabeça de tudo. Não é verdade. Uma cabeça só não pensa em tudo. É uma junção de tudo, concorrência de ideias. Eu fiz parte, mas os três bolaram aquilo. Eu acho que o Cristian sabia menos da situação”, disse.
Ela disse ainda que não vê o irmão desde 2006, quando houve o julgamento. “Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto para sempre.”
Ela diz acreditar que um dos motivos do afastamento pode ter sido a herança, da qual abriu mão em 2014. Na entrevista, afirmou não ter consciência do valor: “Este dinheiro nunca foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão”.
Cumprindo pena na penitenciária do Tremembé, no Vale do Paraíba, ela também falou sobre o relacionamento com a detenta Sandra Regina Ruiz Gomes, 31. “A gente tem uma vida juntas. Não é um amor de cadeia”, afirmou.
Na quarta-feira, porém, Sandra deixou a penitenciária após ter a progressão para o regime semiaberto concedido. Ela foi transferida para o presídio feminino de São José dos Campos (a 97 km de SP), e Suzane voltou para a cela de solteiras na penitenciária do Tremembé.
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