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O fundador do Afroreggae, José Júnior, disse nesta quinta-feira que foi mal interpretado em relação a suas declarações no facebook horas depois da morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, no início do mês, durante uma operação policial no Complexo da Maré. Ele argumentou que não chamou a criança de bandido. Apenas escreveu que circulavam informações que ele estivesse envolvido com o crime.

Na noite de quarta-feira, durante o intervalo de um novo depoimento sobre o caso na Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, a doméstica Terezinha Maria de Jesus, de 36 anos, mãe de Eduardo disse que iria processar José Júnior por ter difamado o filho, ao chamá-lo de bandido.

“Eu só vou falar uma coisa. Só quero mandar um recado para o José Junior, o líder do Afroreggae, que ele colocou na internet que o meu filho era bandido. Que a criança morta de dez anos no Alemão é bandido. Eu quero dizer que bandido é ele. Meu filho não é bandido. Meu filho é uma criança que estudava, que tinha projeto na escola”, disse Terezinha.

José Júnior, por sua vez, disse que está disposto a pedir desculpas pessoalmente a Terezinha de Jesus caso tenha contribuído de alguma forma em aumentar o sofrimento da família. O fundador do Afroreggae argumentou ainda que as declarações estão sendo distorcidas em redes sociais. “Existe uma campanha que tem que ser investigada. O motivo eu não sei: talvez seja por algumas atitudes tomadas por mim nos últimos tempos que tenha incomodado alguém. Nunca busquei denegrir ninguém em comunidades. A minha história é de tentar ajudar pessoas carentes”, disse.

A doméstica não antecipou se pretendia também processar o Estado. Mais uma vez, ressaltou que queria naquele momento, seu alvo era o líder comunitário. “Como é que ele bota umas coisas dessas na internet sem saber quem somos nós. Meu filho era uma criança inocente que morreu inocentemente. Eu só quero mesmo mandar esse recado para o José Júnior”, acrescentou a mãe do menino.

No post que originou a polêmica, José Júnior publicou inclusive uma foto de Eduardo morto numa rua do Alemão. A mensagem, porém, saiu do ar na última quarta-feira. José Júnior negou que tenha excluído a mensagem e pediu esclarecimentos ao Facebook. Ele quer saber se a iniciativa partiu da própria empresa ou foi uma atitude tomada por terceiros. Nesta quinta-feira, José Júnior também voltou a tratar do tema na rede social.

“Lamento que estejam usando a dor da dona Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo de Jesus Ferreira, morto numa operação policial no Complexo do Alemão, para fazer ataques pessoais a mim, baseados na distorção do que escrevi. Quem me conhece, sabe que eu nunca afirmaria que uma criança merece morrer. Assim como não acusaria, sem provas, que o menino estaria envolvido com o crime. Digo e repito: mesmo que ele estivesse ligado ao crime, não merecia ser vítima dessa violência!”, escreveu Júnior.

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