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Lerner mostra o Dock Dock: com 60 centímetros de largura, carro é alternativa elétrica para andar na cidade | Juliana Braz
Lerner mostra o Dock Dock: com 60 centímetros de largura, carro é alternativa elétrica para andar na cidade| Foto: Juliana Braz

Sessenta centímetros de largura, 1,38 metro de comprimento e 1,5 metro de altura. Essas são as dimensões do menor carro elétrico concebido no mundo até o momento, projeto com a assinatura do arquiteto Jaime Lerner. Batizado de Dock Dock, o veículo foi pensado para circulação compartilhada com pedestres e bicicletas, além de locais com trânsito de automóveis tradicionais restrito. Baseado no modelo do Velib – o sistema de locação de bicicletas públicas de Paris –, o pequeno carro seria uma forma rápida (atinge até 20 quilômetros por hora) e confortável de deslocamento para o uso do transporte coletivo.

"As cidades do futuro terão um bom transporte público. Por esse motivo, a melhor solução é um veículo individual sem dono", explica o arquiteto. O conceito do carro elétrico tradicional, para Lerner, é benéfico para o meio ambiente, mas vai manter os engarrafamentos nas grandes cidades. O Dock Dock, por outro lado, faz parte de um conceito de mobilidade pensado na integração entre todos os atores de um sistema de transporte. "Não se deve tentar provar qual modelo é mais eficiente. Nossa ideia não é substituir o carro normal, mas colocar esse veículo para circular em áreas movimentadas, como as regiões centrais", esclarece.

O intuito de Lerner é tornar o carro realidade nas ruas o mais rápido possível. "Não é um carro virtual, ao contrário do que vemos muitas vezes na mídia. Ele está resolvido, em fase de protótipo final. Se alguém quiser fabricá-lo, basta se apresentar", afirma. De acordo com o arquiteto, as cidades não precisam se adequar ao projeto. "O carro que hoje chega aos 150 quilômetros por hora não tem mais lugar na cidade. A pessoa terá esse carro para viajar. Mas na cidade pode rodar com o Dock Dock", avalia. O arquiteto promete apresentar oficialmente o veículo dentro de 15 dias. Professor titular de Transportes da Universidade Federal do Paraná, Eduardo Ratton discorda de Lerner: as cidades precisam encontrar formas para se adequar à invenção. "Pelo projeto, ele será semelhante a uma bicicleta para o trânsito. Hoje, os ciclistas não conseguem se locomover pela falta de respeito no trânsito. Por essa razão, será impossível usá-lo em convivência com os automóveis", opina.

O professor do mestrado e doutorado em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Fabio Duarte considera a ideia bastante interessante do ponto de vista tecnológico. Mas não enxerga a necessidade desse tipo de transporte na capital. "Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, com centros muito grandes, esse tipo de solução pode funcionar. Especialmente se essas áreas forem fechadas para o carro comum", afirma.

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