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Cinco dias depois de a população de Quedas do Iguaçu, Centro-Sul do Paraná, se mobilizar e ir às ruas para protestar contra a invasão de uma área de terras da empresa Araupel, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) respondeu também com um protesto na mesma praça onde aconteceu a manifestação da semana passada. Segundo a PM (Polícia Militar), a ato reuniu quase cinco mil pessoas.

Os sem-terra foram às ruas de Quedas do Iguaçu para pedir mais agilidade nos processos de reforma agrária e também cobraram o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que tem por objetivo promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar.

A concentração teve início no final da manhã com centenas de manifestantes ocupando a praça central da cidade. Por volta das 14 horas, ônibus com milhares de sem-terra chegaram à cidade. Eles fizeram uma marcha até o local onde aconteceu a manifestação. Muitos empunhavam facões e foices. Com gritos de guerra e exibindo bandeiras do movimento, eles permaneceram na praça até as 16 horas. O policiamento foi reforçado no local, mas não houve incidentes.

Desde a nova ocupação nas terras da Araupel no dia 17 de julho, o clima em Quedas do Iguaçu é tenso. A área invadida fica no vizinho município de Rio Bonito do Iguaçu, mas, segundo a empresa, se não houver uma reintegração de posse os trabalhos podem ser afetados. A Araupel emprega 1.050 trabalhadores.

Um dos coordenadores do movimento no estado, Ênio Pasqualin, disse que a manifestação em Quedas do Iguaçu foi para chamar a atenção sobre a necessidade de investimentos na reforma agrária. "Não viemos aqui para estragar a beleza dessa cidade, nem comprometer o progresso dessa região, mas viemos aqui dar o nosso recado, que as famílias assentadas no nosso assentamento não só geram empregos, mas têm qualidade de vidas", afirmou.

Claudelei Torrente Lima, um dos sem-terra assentados em Quedas do Iguaçu, afirmou que a cidade depende do movimento e que somente os trabalhadores rurais do assentamento Celso Furtado injetam mais de R$ 50 milhões na economia local todos os anos. "A reforma agrária além de produzir alimentos está produzindo empregos", diz. Cascavel

Em Cascavel, no Oeste, também houve manifestações do MST e outros movimentos sociais. Por volta das 9h30 eles fecharam o Trevo Cataratas, um entrocamento de três rodovias federais. Dez minutos depois eles liberaram o tráfego, mas voltaram a interditar. Até as 15 horas, eles fecharam a rodovia várias vezes e distribuíram panfletos aos motoristas que passavam pelo local. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) acompanhou a manifestação.

Os protestos, que acontecem em várias regiões do Brasil, devem ter sequência nesta quarta-feira (13).

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