Mulher morre após ter carro alvejado por ao menos 39 tiros de fuzil em São Gonçalo

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Um casal teve o carro alvejado, na noite desta segunda-feira (24), no bairro Amendoeira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A representante comercial Eliana Guerreiro Mascarenhas, de 60 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada no hospital. O marido dela, o advogado Roberto dos Santos Melandre, de 56, está internado em estado gravíssimo. De acordo com a polícia, o veículo foi atingido por pelo menos 39 tiros de fuzil. Os agentes não descartam nenhuma hipótese, mas a principal suspeita é que o crime tenha sido de execução. A Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) investiga o caso.

As vítimas, que estavam em um Chevrolet Spin branco, seguiam pela Rua Felipe Mascarenhas, onde iriam buscar uma amiga que os aguardava em um posto de combustíveis naquela via. A poucos metros do posto, por volta das 22h45, eles foram abordados por um grupo de criminosos fortemente armados, que efetuou diversos disparos em direção ao carro. A maioria acertou o para-brisa dianteiro. Após o ataque, os bandidos fugiram sem levar nada. A polícia investiga também se o veículo pode ter sido confundido e alvejado por engano.

O crime ocorreu próximo de onde o casal mora. O irmão de Eliana, que reside em uma casa naquela rua, foi quem socorreu os dois até o Hospital estadual Alberto Torres, no Colubandê. A representante comercial já chegou morta à unidade. Até a madrugada desta terça-feira (25), o marido dela permanecia internado em estado muito grave, segundo familiares.

Policiais da DHNISG estiveram no hospital, onde foi realizada uma perícia no veículo durante a madrugada. Os agentes contaram pelo menos 39 marcas de tiros de dois calibres diferentes: um fuzil AK-47 e um AR-15. Imagens de câmeras de segurança do posto de combustíveis podem ajudar os agentes a identificar os criminosos.

De acordo com o filho de Eliana, o motorista Marcelo Mascarenhas, de 40 anos, a mãe morava no local desde que nasceu. O nome da rua, Felipe Mascarenhas, é uma homenagem ao bisavô da vítima. A região, segundo ele, era considerada tranquila, mas ultimamente vem enfrentando uma guerra entre traficantes de facções rivais:

“Estamos no fogo cruzado”, desabafou ele, que sofreu duas tentativas de assalto no bairro em menos de um mês. Por causa do aumento da violência, a família cogitou a ideia de se mudar para o Nordeste. “Já estávamos conversando a respeito, porque não está dando mais para viver e sobreviver no Rio”.

Eliana, que é aposentada, mas continuava trabalhando, viajaria para Natal (RN), na próxima segunda-feira, depois de conseguir cinco dias de folga na empresa.