Além da chuva, Curitiba tem outra grande companheira no clima: a neblina, que no ano passado, aliada ao mau tempo, fechou o Aeroporto Afonso Pena por 42 horas e 15 minutos, correspondente a 0,48% do total de tempo de funcionamento do terminal. Os dados são da Infraero, estatal que administra o aeroporto, e revelam ainda que somente nas estações outono-inverno, durante os meses de março a setembro de 2014, o Afonso Pena ficou fechado para pousos e decolagens por 32 horas e 23 minutos, o equivalente a 0,63% do tempo total de operação do período.
De acordo com o meteorologista Paulo Barbieri do Simpear, as condições climáticas de São José dos Pinhais, onde o aeroporto está localizado, além das baixas temperaturas no início da manhã favorecem o aparecimento de nevoeiros, que levam ao fechamento do aeroporto. “A presença de umidade da região do aeroporto, aliada ao frio e a temperaturas baixas, além do pouco vento, favorecem a formação de nevoeiros”, explica Barbieri.
Barbieri lembra ainda que por causa do frio registrado na capital entre os meses de março a setembro é mais comum a formação de nevoeiros no começo da manhã, que serão geralmente dissipados por volta das 9 ou 10 horas. “Um detalhe é que a neblina ocorre quando o céu está aberto, quando não há previsão de nebulosidade na região, mas é tão forte que não se consegue enxergar além. Isso ocorre principalmente no início da manhã, mas não quer dizer que pessoas com voos marcados para a noite ou madrugada não sofram com esse evento”, detalha Barbieri.
Por conta disso, a Infraero e a Anac informaram que os passageiros devem se precaver antes de sair de casa para evitar – literalmente – perder a viagem. A recomendação é sempre consultar a situação dos voos, o que pode ser feito através do aplicativo voos online, disponível no site da Infraero. O Guia do Passageiro, disponível nos sites da Anac e Infraero, também trazem informações como os direitos e deveres dos passageiros, além dos telefones de contato das companhias aéreas, no caso de o voo ser cancelado ou mesmo remarcado por conta do fechamento do aeroporto.
Nevoeiro já foi um trunfo de guerra
O principal problema do Aeroporto Afonso Pena já foi considerado um trunfo. Construído para ser um aeródromo militar e servir de base para o exército Aliado na 2.ª Guerra Mundial, o Afonso Pena tinha então como vantagem o fato de estar em área de neblina – o que camuflaria as operações.
O Afonso Pena foi aberto em 1944, em uma parceria entre o Ministério da Guerra brasileiro e o exército dos Estados Unidos. O objetivo era manter um entreposto para possíveis operações no Atlântico sul, caso a guerra se estendesse e ampliasse. A construção original ocorreu entre maio de 1944 e abril de 1945, sendo concluída meses antes do fim da guerra.
A partir de janeiro de 1946, o Afonso Pena passou a ser usado para aviação comercial, em substituição ao aeroporto do Bacacheri. Operavam com voos regionais e internacionais, nesta época, as companhias Varig, Cruzeiro do Sul, Real, Panair e Aeronavis Brasil, além de algumas linhas internacionais.
Nesse momento, a neblina passou a ser inimiga. “Quando chegávamos a Curitiba e não podíamos pousar, a gente sabia que não ia jantar em casa. As alternativas eram Florianópolis, Londrina, ou São Paulo/Campinas”, lembra Arnaldo Macedo Caron, comandante durante 40 anos e consultor na área de aviação.
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