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 | Felipe Rosa/Tribuna
| Foto: Felipe Rosa/Tribuna

Há uns “gringos” empolgados em tentar mudar a realidade dos jovens do Cajuru por meio do futebol. É uma parceria da ONG inglesa Lions Raw com o Instituto Futebol de Rua. Aliás, é engraçado entrar no canteiro de obras do projeto, que está erguendo um complexo esportivo no local, e só escutar gente falando em inglês. São voluntários do Lions Raw que vieram de Londres para passar algumas semanas em Curitiba e ajudar na construção.

O Futebol de Rua é um projeto que existe desde 2006 e tem o objetivo de trazer crianças e jovens para dentro das quadras de futebol das escolas, nos contraturnos escolares, para que tenham uma ocupação sadia e sejam incentivados a estudar. Além dos jogos de futebol, são desenvolvidas atividades pedagógicas com os participantes. Enquanto estão praticando o futebol, as crianças e jovens são estimulados ao fair play (honestidade, no jogo e na vida) e também a saberem driblar. O drible, nos jogos do projeto, valem mais pontos do que fazer um gol. Segundo os responsáveis pelo projeto, é uma forma de resgatar aquele antigo futebol de rua, em que o foco era a arte pura do futebol, o divertir-se com os amigos, e não o competir.

Desenvolvimento

Os ingleses do Lions Raw têm o objetivo de criar chances para que determinadas comunidades ao redor do mundo possam mudar e se desenvolver. De preferência, encontrar projetos que sejam ligados ao futebol para apoiarem. E foi numa dessas expedições ao redor do mundo que chegaram a Curitiba em 2013 e encontraram o projeto Futebol de Rua. Começaram a conversar, gostaram da ideia e abraçaram a causa. Além de ajudarem nas atividades esportivas do projeto no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, eles estão ajudando o Instituto Futebol de Rua a construir uma sede no Cajuru, no Parque dos Peladeiros.

Assim, diz Thad Taylor, 27 anos, o “Tadeu”, como já o apelidaram por aqui, é possível ter um local para atender a comunidade 24 horas por dia, e não só enquanto as quadras das escolas estão disponíveis para o projeto. Thad dá aulas de futebol e relata que as crianças adoram brincar com o “Alemão”, como algumas crianças o chamam. “Acredito que a magia do futebol pode mudar as pessoas para melhor”, afirma o jovem, que coordena a parceria do Lions Raw no Brasil.

Canteiro de obras multinacional

No canteiro de obras no Parque dos Peladeiros, o que menos se fala é português. Um grupo de sete voluntários ingleses, do Lions Raw, saiu de Londres para passar um tempo em Curitiba, pegando no pesado: levantando paredes, mexendo cimento, fazendo o piso, pintando, erguendo telhado, enfim, serviços de construção civil. No grupo há vários profissionais, como contador, diretor de escola e especialista em conservação da natureza, entre outros.

Colin Baty, que trabalha com conservação da natureza, é um deles. Ele topou vir a Curitiba pela experiência de vida que um trabalho voluntário poderia lhe trazer fora da Inglaterra. Ele fala que se sente contente em poder ajudar no desenvolvimento de pessoas com o projeto, sem contar o fato de o clima ser ótimo e o Brasil ter mulheres bonitas. John Rhodes é diretor de escola aposentado. Ele quer aproveitar sua aposentadoria de forma construtiva, ajudando num projeto que poderá trazer um futuro brilhante a muitos jovens do Cajuru. “É um benefício para as gerações futuras, um legado”, diz John que, como voluntário, também já atuou como treinador de um time de futebol na Jamaica. “Mas todos, pra mim, são como se fossem o Manchester United”, brinca.

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