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 | HR@PAHO/WHO/Fotos Públicas
| Foto: HR@PAHO/WHO/Fotos Públicas

O governo do Paraná confirmou nesta quarta-feira (9) o primeiro caso de microcefalia relacionada ao zika vírus no estado. Trata-se de um menino nascido em agosto, em um hospital privado de Cascavel, na região Oeste. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), exames de sorologia, realizados em outubro, detectaram a presença de anticorpos contra zika vírus no sangue da mãe e da criança. Testes feitos anteriormente com sangue dos dois e o líquor do bebê, líquido que banha o cérebro e medula espinhal, haviam tido resultado negativo para detecção do vírus.

A pediatra infectologista da Sesa, Marion Burger, explica que, ao final da gravidez, a mãe da criança já havia sido informada pelo médico que a acompanhava sobre alterações nas ultrassonografias. A gestante, até então, não havia tido diagnóstico de zika. “Ela contou ter tido uma alergia, no primeiro trimestre da gravidez, que acreditava ser por causa da reforma da casa, e uma infecção urinária”, comenta Marion, ao alertar que, a qualquer sintoma de alergia no corpo, as grávidas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e passar pelos exames necessários.

Desde terça-feira (8), a criança vem sendo acompanhada por uma equipe do Centro Especializado de Atenção à Saúde do Neonato, Criança e Adolescente (Ceacri), de Cascavel. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o bebê está sendo avaliado no ambulatório de recém-nascidos de alto risco. O acompanhamento é feito por uma equipe multiprofissional que reúne médicos neonatologista, penumologista, gastropediatra e oftalmologista, além de enfermeiro, fonoaudiólogo, nutricionista, fisioterapeuta e odontólogo. Ainda não é possível afirmar que tipo de sequelas estão relacionadas a esse caso.

O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e chikungunya. Na semana passada, agentes comunitários de saúde de Cascavel realizaram 12 mil visitas em residências para identificar possíveis focos do mosquito e orientar os moradores. Em 4,7 mil residências, não foi possível fazer a vistoria porque os imóveis estavam fechados.

Balanço

De acordo com a Sesa, desde o ano passado, 39 casos de gestantes infectadas pelo zika vírus, de um total de 330 casos suspeitos, são investigados no Paraná. Duas grávidas sofreram abortos no episódio agudo da doença, em Irati e Londrina, e 32 deram à luz a crianças sem sinais de microcefalia. As demais gestantes seguem em acompanhamento médico.

Quatro casos de microcefalia congênita também seguem em investigação para verificar se têm ou não ligação com o zika vírus.

“Em nossa experiência no Paraná, menos de 10% dos casos investigados de zika tiveram confirmação”, observa a pediatria infectologista Marion Burger. Segundo ela, a confirmação da microcefalia ligada ao zika vírus não deve causar alarde entre as gestantes. Ela reforça que o foco neste momento precisa ser em relação ao vetor de transmissão do vírus, uma vez que nem todos os casos de grávidas com zika resultaram em bebês com complicações de saúde. “Não é porque aconteceu durante a gravidez que terá efeito no bebê. Precisamos cuidar para evitar o mosquito, limpando quarteirões, não deixando água parada e se protegendo com repelente”, destaca.

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