A prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, interditou na manhã desta quarta-feira (29) as obras de construção de um trecho do contorno sul – via que ligará a serra da Rodovia dos Tamoios ao Porto de São Sebastião –, após o deslizamento de uma pedra de cerca de uma tonelada. A pedra atingiu uma residência, deixando três familiares feridos, mas sem gravidade. Outras 12 casas localizadas no Morro do Abrigo foram interditadas e cerca de 70 pessoas deverão ser removidas nos próximos dias.
A Defesa Civil interditou a residência por causa do risco de desabamento e realiza vistoria para saber se outras casas sofreram danos. A sala e a cozinha foram destruídas. Segundo o chefe da Defesa Civil, Carlos Eduardo dos Santos, a pedra passou por cima da família.
A moradora da casa atingida, Ruana Barbosa Ribeiro, de 30 anos, disse que sua família estava sentada no sofá quando ouviu o forte estrondo. “Foi a mão de Deus que me levou para o outro lado da sala, senão, certamente eu teria sido atingida.” Ruana contou que chegou a cair após ser atingida pelos escombros e gritou pelos nomes dos filhos. “Levantei e comecei a retirar várias madeiras que caíram sobre meu filho de 3 anos, que foi ferido no pé, e minha mãe, que foi atingida por uma pedra na cabeça.” Uma segunda criança estava na casa, mas não se machucou.
Segundo o prefeito Ernane Billote Primazzi (PSC), “as obras ficarão interditadas até que todas as condições de segurança, material e humana sejam efetivadas” pela empreiteira Queiroz Galvão, responsável pelo empreendimento. A interdição, segundo Primazzi, vale para as obras de construção dos emboques dos túneis e das colunas dos viadutos que estão sendo erguidos no bairro São Francisco, onde aconteceu o acidente.
A prefeitura informou que determinará à Dersa a elaboração de um plano de segurança, já que as obras são complexas e envolvem riscos aos moradores dos bairros por onde a rodovia passará. A estatal não se pronunciou sobre o acidente.
Desde o início das obras, dezenas de casas já estariam comprometidas com a retirada de terra dos morros e em função da circulação de caminhões e tratores. Esta foi a segunda interdição da prefeitura. Moradores afirmam que diariamente há explosões de rochas.
Em nota, a Queiroz Galvão afirmou que alojou a família num hotel e prometeu construir uma nova casa. A empresa disse ter “lamentado” o acidente e que verificará as causas, tomando medidas para que novas ocorrências não sejam registradas. A Dersa informou que está acompanhando a assistência à família.
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