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Polícia diz que pegada achada no local do crime corresponde ao solado do tênis... | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Polícia diz que pegada achada no local do crime corresponde ao solado do tênis...| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Suspeito nega crime e diz que estava em casa

Paulo Estevão de Lima nega que tenha assassinado Telma Fon­­toura. Ele alega que estava em casa na hora em que a polícia afirma que a psicóloga foi morta e diz que assistiu a final da Copa do Mundo. A vítima saiu de casa entre 16 horas e 16h30 de domingo para caminhar na praia. Segundo a polícia, o crime teria ocorrido entre o fim da tarde e a noite, fato ainda não confirmado. Somente os legistas do IML podem dizer o horário aproximado da morte.

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Paulo Lima vive do violão

Conhecido pela comunidade de Shangri-lá como Paulinho do Brejo, Paulo Lima chegou à praia antes do carnaval de 2010. Pediu emprego no restaurante Ilha Bela. Desde então, começou a cantar no estabelecimento quase toda sexta-feira e sábado. Lima também fazia show na pousada Estrela do Mar, na Ilha do Mel.

Na região, ninguém acredita que ele seria capaz de matar a professora. "Não acredito que foi ele", afirma Cláudio Honorato de Souza, um dos proprietários do restaurante. Souza diz que Lima era usuário de drogas, mas que nunca mostrou agressividade. Lima almoçava com frequência no local. Um dos funcionários do restaurante chegou a dar abrigo por quase um mês ao músico. "Ele era muito inquieto", relata Julio Dias. O suspeito voltou ao restaurante na segunda-feira e pediu R$ 3 para colocar gasolina em sua moto, como era de costume.

O dono da pousada Estrela do Mar, Gilberto Espinosa, também relatou que nunca teve problemas com Lima. "É uma surpresa para nós. Ele fez teatro, tem veia artística. O Paulinho é um músico muito bom". Lima cursou dois anos da faculdade de Administração.

  • ...usado pelo acusado Paulo Estevão de Lima (à direita)

A Polícia Civil ainda não tem provas sólidas sobre a autoria do assassinato da professora universitária e psicóloga Telma Fontoura, 53 anos, morta no último fim de semana, no litoral do Paraná. Mas acredita fortemente que o músico Paulo Estevão de Lima, 43 anos, esteja envolvido no crime. O acusado nega qualquer participação.

Calças com marcas de areia e folhas de restinga; um tênis cujo solado corresponde a uma pegada encontrada no local do homicídio; e uma testemunha que viu Lima a cerca de 300 metros da área foram os principais indícios que levaram o delegado José Antônio Zuba a pedir a prisão temporária de 30 dias do suspeito. A prisão pode ser prorrogada por mais um mês.

O suspeito foi apresentado à imprensa, na manhã de ontem, em Curitiba, no 1.º Distrito Policial. Ele foi detido na tarde de terça-feira nos fundos de uma pousada no balneário Shangri-lá, onde morava de aluguel, em Pontal do Paraná. Em troca da moradia, Lima tocava violão e cantava no estabelecimento toda quinta-feira.

De acordo com Zuba e o delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, chefe da Divisão de Polícia do Interior, com a prisão, a polícia poderá trabalhar com mais tranquilidade em busca de provas mais consistentes contra o suspeito. Questionado sobre qual era a probabilidade do crime ter sido cometido por Lima, Zuba repondeu: "99%". O suspeito ficará preso na delegacia de Ipanema, em Pontal do Paraná.

Pistas iniciais

A calça apreendida pela polícia, que estava com as barras dobradas, tinha areia fina e clara. Segundo a polícia, a tonalidade desses grãos encontrados na calça é semelhante aos da areia onde o corpo da vítima foi enterrado. Na calça havia ainda marcas de areia prensada na parte da coxa, acima do joelho. A polícia acredita que o suspeito teria se sujado com a areia ao arrastar a vítima.

Um par de tênis localizado junto com a calça no quarto onde Lima morava tinha areia na sola. O solado do calçado tem um desenho de triângulo característico com frisos sequenciais. Zuba mostrou fotos de uma pegada na areia, encontrada próxima ao local em que o corpo foi encontrado. De acordo com a polícia, as mesmas marcas da sola estavam na pegada.

Outro indício seria o reconhecimento do suspeito feito por um dos irmãos da vítima. O parente teria visto Lima sentado, por três momentos diferentes, em um pedaço de madeira durante as buscas. A testemunha chegou a perguntar para Lima se ele tinha visto Telma, mas o suspeito baixou a cabeça sem responder. O local em que foi visto ficava a aproximadamente 300 metros de onde a psicóloga foi localizada, segundo Zuba.

Cremação

O corpo de Telma está sob a guarda do Crematório Vaticano. Como a polícia solicitou exames complementares, o corpo ainda não pode ser cremado. A lei exige que o juiz da Vara de Inquéritos Policiais autorize a cremação apenas se não houver mais necessidade do corpo para as investigações. A polícia aguarda laudo do Instituto Médico Legal que pode confirmar se houve abuso sexual.

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