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Polícia Científica fará manifestação nesta quinta-feira

Um grupo de aproximadamente 100 integrantes da Polícia Científica do Paraná fará uma manifestação em frente ao Instituto de Criminalística de Curitiba para reivindicar aumento salarial e melhorias nas condições de progressão da carreira.

O protesto está marcado para começar às 11h desta quinta-feira (16), com a participação de peritos, médicos-legistas e funcionários da categoria.

Leia matéria completa.

Reunidos em assembleia na noite desta quarta-feira (15), os policiais civis do Paraná rejeitaram a proposta de aumento salarial de 20% feita pelo governador Beto Richa (PSDB) e aprovaram um indicativo de greve e o início de uma operação-padrão a partir da zero hora desta quinta-feira (16). A promessa é de que a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) seja comunicada oficialmente nesta quinta do indicativo de greve e a paralisação de todas as atividades da Polícia Civil comece em 48 horas, ou seja, a partir do sábado de carnaval (18).

No início da tarde desta quarta, o Governo do Paraná apresentou a proposta de reajuste de 26% (20% mais reposição da inflação) para policiais civis de 4ª e 5ª classes. Os oficiais de 1ª, 2ª e 3ª classe receberiam apenas a reposição da inflação. Essa opção foi rejeitada. Os policiais civis querem que o subsídio seja implantado com a incorporação de benefícios. Para isso, o salário inicial pretendido pela categoria é de, no mínimo, R$ 5.750,00. Atualmente, este valor é de R$ 2.700,00.

Durante a operação-padrão, os sindicatos informaram que os policiais devem atuar em funções que estão atribuídas no Estatuto da Polícia Civil. Com isso, eles devem deixar de fazer trabalhos como a guarda de presos encarcerados em delegacias e registrar prisões em flagrante sem acompanhamento de um delegado.

Os sindicatos ameaçam ainda realizar novas operações policiais em "santuários invioláveis", como a que aconteceu no último dia 27 de janeiro em uma mansão no bairro Parolin, em Curitiba. Há suspeita de que o local também servisse como casa de prostituição. Os agentes agiram "por conta própria", sem comunicar a ação aos superiores. Porém, nessas novas abordagens, um delegado acompanharia o grupo.

Repercussão no governo

O secretário estadual de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, justificou à reportagem que o governo não suporta, em uma tacada só, pagar a defasagem salarial dos policiais acumulada há vários anos. Outra alegação é de que todos os profissionais da área de segurança pública receberam, em maio do ano passado, a reposição inflacionária de 6,5%.

Com base na afirmação de que os cargos mais altos da Polícia Militar receberam aumento salarial desproporcional aos postos mais baixos em 2010, a gestão estadual enfatiza que, nas negociações, está priorizando a recuperação salarial na base das corporações. Sebastiani declara que o governo estadual está dentro da faixa de limite máximo de gastos com pessoal.

A assessoria de imprensa do governo estadual informou que nem o governador e nem o secretário de Segurança Pública, Reinaldo Almeida César, comentariam na noite desta quarta-feira o início da operação padrão e o indicativo de greve na Polícia Civil. A assessoria de imprensa do chefe da polícia civil, delegado Marcus Vinicius Michelotto, também informou que ele não falaria sobre a situação.

Durante a tarde, antes da decisão dos policiais, Richa disse que a proposta de aumento real de 23% para algumas categorias era o máximo que o governo estadual poderia oferecer. "Fomos no limite do que era possível para atender da melhor maneira os anseios dos nossos policiais. Não sei de outra categoria profissional que tenha conquistado aumento semelhante no país", afirmou o governador.

Polícia Militar

Os policiais militares não aceitaram a proposta de reajuste salarial feita pelo governo do estado, que foi de 23%, contando a reposição da inflação e um percentual de 17,5% considerado como aumento real. Segundo o cabo Carlos Lima, da Associação da Classe Policial Militar, a proposta foi rejeitada por unanimidade. Ele explica que os valores ficaram muito abaixo dos definidos em mesas de negociações entre o Estado e os policiais. Além disso, os policiais inativos – da reserva e aposentados – teriam ficado de fora da proposta.

Para quinta-feira, uma vigília está marcada para começar às 20 horas no Palácio Iguaçu. Além disso, os policiais militares devem fazer uma reunião das entidades que formam o fórum da categoria para definir os rumos da mobilização. A possibilidade de paralisação foi descartada, por ora.

Manifestação

Na tarde desta quarta-feira, integrantes dos fóruns das entidades que representam os policiais militares se reuniram com representantes da secretaria de administração do governo do estado para negociar uma nova proposta, mas não houve acordo. Segundo Lima, os policiais militares vão intensificar a mobilização até que o governo estadual se pronuncie. "Queremos que eles nos deem uma resposta, porque o que pedimos é uma recomposição salarial", argumenta.

Ele lembra que, caso a Emenda 29 tivesse sido implantada em 1998, o salário inicial de um soldado estaria entre R$ 7,5 mil e R$ 8 mil. Atualmente, eles recebem R$ 2,4 mil. Os policiais negociam para que tivessem vencimentos de R$ 4.513, mas com o reajuste de 23% o salário iria para R$ 2.952.

Nesta quarta-feira, os policiais fizeram uma carreata do Parque Municipal São José dos Pinhais, na região metropolitana, até o Palácio Iguaçu, onde ficaram em vigília entre 20h e 22h, com velas acesas no local. Segundo Lima, a mobilização foi enfraquecida por causa de uma medida do Comando Geral da PM. Toda quarta-feira, os funcionários dos setores administrativos trabalham meio período, mas hoje (15) foram convocados a ficar em período integral, informação que não foi confirmada pela corporação. "Isso foi feito com intenção de enfraquecer o movimento, porque não tem nenhuma justificativa plausível para tal convocação. O governo não quer qualquer manifestação ou ato que denigra sua imagem", argumenta o oficial.

Confira a tabela completa com a proposta de reajuste salarial feita pelo governo do Estado aos policiais civis, militares e polícia científica:

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