Virou rotina: duas vezes por mês, em qualquer época do ano, é bem provável que os curitibanos fiquem sem transporte. O motivo tem sido o atraso no pagamento do salário de motoristas e cobradores, que sem dinheiro no bolso apesar de terem trabalho regularmente, acabam optando por minigreves de ônibus em Curitiba. A paralisação – mesmo que parcial, atingindo apenas algumas empresas e desfalcando uma ou outra linha de ônibus – é só a ponta do iceberg que é o transporte coletivo de Curitiba.
As greves acabam sendo o instrumento mais eficaz que os trabalhadores têm para pressionar as empresas a efetuarem o pagamento dos salários atrasados – e o problema se repete na época do adiantamento da quinzena. Menos ônibus circulando é queda certa na receita, com o agravante de afugentar ainda mais o passageiro, já cansado de passar aperto e sofrer com atrasos. A queda no número de usuários de ônibus, inclusive, ajuda a explicar em parte a razão mais profunda para os atrasos recorrentes.
Em Curitiba, desde 2010 com a licitação do sistema de transporte, há duas tarifas vigentes para o transporte: aquela paga pelo passageiro todos os dias e a tarifa técnica, que é a remuneração repassada às empresas. Caso o valor da passagem na catraca seja inferior ao que deve ser repassado para empresas, é o poder público que deve bancar essa diferença. Nessa conta, o que importa é a quantidade de passageiros transportados, inclusive aqueles que são isentos do pagamento.
É aí que a conta não fecha. Até dezembro, último mês da gestão de Gustavo Fruet (PDT), o argumento mais usado para justificar a falta de pagamento dos trabalhadores era sobre os atrasos nos repasses que a Urbs deveria fazer às empresas. Sem dinheiro em caixa, como pagar os funcionários?
Agora, o prefeito Rafael Greca (PMN) faz questão de afirmar que os repasses da Urbs, gestora do sistema, para as empresas estão absolutamente em dia. Com isso, o assunto voltou a ser a defasagem da tarifa. Embora o cálculo siga estritamente o que está no contrato de concessão, as empresas ponderam que a expectativa de passageiros transportados nunca se confirmou e a queda é mais acentuada do que elas poderiam aguentar.
O reajuste é iminente, e fevereiro é o mês chave: é o reajuste da tarifa técnica, determinado pelo contrato de concessão, e a a data-base de motoristas e cobradores. Esse reajuste salarial é o componente que mais pesa no cálculo da nova tarifa. Greca já deu a entender que vai haver aumento na passagem de ônibus, principalmente se for para renovar a frota de veículos. Além disso, a relação entre a nova gestão da prefeitura e as empresas está mais amistosa.
A dúvida é de quanto será o reajuste. Ele precisa bancar o aumento salarial de motoristas e cobradores e dar alguma margem de investimento para as empresas. Resta saber se não ficará pesado demais para o passageiro bancar sozinho – ou se o subsídio do governo estadual voltará a aliviar essa conta.
Plano do governo Lula para segurança tem 5 medidas que podem aumentar a criminalidade
Barroso ameaça banir as redes sociais no Brasil; acompanhe o Sem Rodeios
Justiça Eleitoral de São Paulo nega pedido de cassação de candidatura de Boulos
Carla Zambelli diz que foi proibida de assinar impeachment de Moraes
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião