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Entre elogios e queixas, os motoristas que transitam pela avenida dos Bandeirantes nesta segunda-feira (31) tiveram de se adaptar à nova velocidade máxima permitida: 50 km/h. Antes, o limite era de 60 km/h.

A medida faz parte de uma estratégia da Prefeitura de São Paulo para diminuir o número de acidentes no trânsito. O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que a redução será aplicada, até dezembro, em todas as vias arteriais - aquelas que ligam diferentes regiões da cidade, têm semáforos e fluxo intenso de veículos.

No entanto, a proposta divide opiniões. O empresário Igor dos Santos, 29, critica a velocidade e diz temer que o trânsito fique ainda mais truncado na região. “Acho péssimo reduzir. Estar a 60 km/h é uma boa média, 50 km/h gera trânsito. Principalmente perto do aeroporto. Antes dava para acelerar ali, mas agora não. Vai ficar mais lento.”

Já a professora universitária Sheila Furquim, 42, acredita que vale a pena demorar um pouco mais para chegar ao seu destino se for para diminuir o número de mortes e acidentes no trânsito.

“Se essa mudança está apoiada em dados técnicos, como parece ser o caso, eu acho válido. Passo aqui todos os dias e, ao menos uma vez por semana, vejo um motociclista acidentado. Se a medida for valer uma vida, já me é suficiente”, diz.

A impossibilidade de andar acima do limite estabelecido em períodos noturnos ou fora do horário de pico, quando as vias ficam livres, também causa irritação. Mara Louro, 52, cirurgiã dentista, diz que a medida é “totalmente fora da realidade de São Paulo”. “A velocidade anterior, 60 km/h, é o mínimo aceitável. A questão não é diminuir acidentes, é arrecadar em multas, essa é a expectativa da prefeitura.”

O zelador de condomínio Antonio Wilson da Silva, 47, desabafa. “Desse jeito, ele [o prefeito Fernando Haddad] vai parar a cidade! Não vai dar!”

Ele diz que a redução de velocidade deveria valer só durante o dia, pois, à noite, andar a 50 km/h pode favorecer a ocorrência de assaltos. “À noite, tem que ficar devagar com a pista livre, sem segurança, com medo de ser assaltado”

Apesar das críticas, há quem veja a medida como um caminho para se criar um “trânsito mais gentil e humano”. O funcionário público Cláudio Pastor, 50, vê benefícios e diz que o trânsito precisa se importar mais com as pessoas.

“Creio que já tivemos benefícios. Com a velocidade reduzida, o trânsito flui. Se houver um acidente, por exemplo, atrapalha muito mais. Aos poucos, as pessoas vão assimilando as mudanças e, gradativamente, a tendência é que as pessoas olhem mais para o pedestre, para o ciclista, o motociclista, e a sociedade inteira vai ganhar com isso.”

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