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| Foto: Edison Temoteo/Futura Press

O secretário paulista da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse no início da tarde desta sexta-feira (14) que uma das linhas de investigação sobre a maior chacina deste ano na Grande São Paulo pode ter relação com as mortes de dois agentes de segurança na última semana na região dos assassinatos.

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De acordo com o secretário, esta é a maior chacina do ano em São Paulo, com ao menos 19 mortos em Osasco, Barueri e Itapevi

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Um PM foi assassinado em Osasco na semana, durante assalto a um posto de gasolina. E, nesta na última quarta-feira (12), um guarda civil metropolitano foi morto em Barueri.

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“Se surgir algum indício de que há participação de policiais, a corregedoria será chamada”, disse o secretário, que ponderou. “Mas nós não temos ainda uma hipótese principal de investigação.”

Das seis vítimas já identificadas, cinco tinham antecedentes criminais, segundo o governo do estado. Segundo o secretário, o assassinato dessas pessoas não coloca em xeque a política de redução dos homicídios em São Paulo. Uma força-tarefa com 50 policiais está atuando nas investigações do caso.

Cápsulas de três diferentes calibres de armas foram encontradas próximo aos corpos das vítimas: 9 mm (de uso das Forças Armadas) e 38 e 380, de uso de guardas civis metropolitanos. “É um fato grave e será investigado de forma diferenciada”, disse o secretário.

Nos casos desta quinta (13), as ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas.

Avener Prado/Folhapress

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Agência O Globo

O pintor A. C., de 54 anos, é alcoólatra. Na quinta-feira (13) à noite ele bebia no bar de azulejos brancos ao lado de casa, como fazia quase todos os dias. Acabou dormindo na cadeira pelo efeito da embriaguez. E foi nessa posição que acabou encontrado pelo filho de 28 anos, com dois tiros na boca e um no pescoço.

“Tenho certeza que ele nem acordou. Os caras desceram do carro e descarregaram as armas. Foi mais de 60 tiros. Meu pai é trabalhador, nunca teve passagem pela polícia. Seu único defeito é a bebida”, diz F, que socorreu o pai em seu próprio carro e mais um baleado, que acabou morrendo.

No local, no bairro Munhoz Júnior, periferia de Osasco, cidade da Grande São Paulo, pelo menos 11 pessoas foram alvejadas. No cálculo dos moradores, 9 estão mortos. Mas houve assassinatos em pelo menos mais oito endereços do município, mais dois em Barueri e um em Itapevi. O pai de F. está na UTI em estado grave, com escolta policial na porta do quarto do hospital.

O bairro Munhoz Júnior, onde parte dos crimes, aconteceu transpira medo. O policiamento foi reforçado. O comércio do entorno não abriu as portas. A mulher de E., que estava no bar minutos antes do ataque, o censura ao ver que ele falava com a reportagem:

“Pelo amor de Deus, fecha a boca. Você sabe como é perigoso isso”, disse.

E. relatava que antes dos assassinatos, mais de 10 pessoas bebiam cerveja e jogavam em máquinas de caça-níquel no pequeno estabelecimento. Ele saiu por um instante para ir a outro bar do lado. Nesse momento, começou o tiroteio:

“Baixamos a porta do bar e nos escondemos atrás das caixas de cerveja. Quando saímos era só desespero, cena de guerra”, diz E., para quem os autores do crime são policiais.

F. descreve a cena que viu como de “um filme de terror”:

“Nunca vi nada igual. Um mar de sangue, um caído sobre o outro. E foi execução mesmo porque um dos meninos estava sentado com os braços cruzados e o assassino teve a ousadia de tirar o boné dele antes de dar um tiro na cabeça. Não consigo esquecer do que eu vi”.

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