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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) negou, por meio de nota oficial divulgada nesta segunda-feira (14), que tenha havido negligência médica no atendimento a Natalina de Lima, de 37 anos. Após ser agredida a pedradas, a mulher foi internada no Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Por duas vezes, ela foi liberada pelos médicos. Na terceira internação, no entanto, ela não resistiu e morreu.

Na madrugada de 4 de maio, Natalina foi encontrada em um córrego, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), com ferimentos na cabeça. Segundo a nota da Sesa, a equipe do hospital "realizou a sutura das lesões após exaustiva limpeza". No dia seguinte, a mulher foi medicada e recebeu alta.

No dia 6 de maio, a paciente retornou ao hospital, queixando-se de dores na cabeça. De acordo com a Sesa, Natalina foi reavaliada pelas equipes de cirurgia geral e de neurologia e, novamente recebeu alta. A nota afirma que, em ambas as internações, a mulher foi orientada a procurar o Centro de Urgências Médicas (CMUM) para receber acompanhamento clínico, já que ela era usuária de drogas. "Nas duas avaliações foram realizadas tomografias de crânio com resultados normais e os ferimentos também apresentavam-se normais, com pouco edema", ressalta o comunicado.Queda e morte

No dia 7 de maio, Natalina voltou ao hospital. Além da dor, ela apresentava sinais de infecção na região dos ferimentos. "Ela informou ao Serviço Social que havia sofrido uma queda em casa", diz a Sesa. Uma tomografia apontou que havia grande infecção em "tecidos moles e couro cabeludo". Segundo a nota, o agravamento é "possível de ocorrer na evolução dos ferimentos contaminados, a despeito de todo o tratamento feito". A paciente foi internada na UTI, mas morreu no dia 10 de maio.Versão da família

Na semana passada, a mãe de Natalina, Terezinha Martins de Lima, 68 anos, na segunda vez que a filha recebeu alta, ainda tinha dificuldade para respirar e tinha fortes dores de cabeça. "Ela não podia respirar e gritava de dor de cabeça. Estava tudo roxo e inchado", disse.

Segundo Terezinha, até as vésperas de ser encaminhada à UTI do hospital (já na terceira internação), os ferimentos da cabeça de Natalina ainda não haviam sido higienizados. A mulher relata que havia lama nos cabelos da filha. "Ela tinha cabelo comprido e estava empastado de sangue e lama do rio. Só foram cortar o cabelo e dar banho na hora que ela foi para a UTI", afirmou. Natalina ficou na Unidade de Terapia Intensiva até as 22h23 de quinta-feira (10), quando morreu por causa de fraturas no crânio que evoluíram para uma infecção grave, segundo relatório na Delegacia de Homicídios.

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