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| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Os sindicatos que representam os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) e o das empresas de ônibus (Setransp) participaram de uma reunião nesta quarta-feira (19) com o Comando-Geral da Polícia Militar do Paraná (PM) para pedir ações que possam conter a onda de assaltos nos ônibus da capital.

Segundo as entidades sindicais, 2.322 assaltos ocorreram no sistema de transporte público apenas em Curitiba entre janeiro e 30 de setembro desse ano, média de 8,09 por dia. A variação já é superior ao mesmo período do ano passado (que foi de 7,9, com 2.280 assaltos) e os casos podem ultrapassar também os números gerais de 2015: 3.100 assaltos, média de 8,49.

“Nosso objetivo é tentar trazer a PM e os empresários do setor para a discussão, para que pudéssemos demonstrar toda a insegurança que os trabalhadores vêm encarando. Eles estão com medo e essa é uma preocupação diária da categoria. Os empresários também vieram municiados de informações da violência. Nós temos um longo histórico das principais linhas e estações-tubo com problemas”, afirmou Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.

“Os principais problemas estão concentrados na região Sul da cidade. Pedimos atenção especial da Polícia Militar para esses pontos”, disse Teixeira.

O que foi decidido?

Segundo as entidades que representam as empresas e os trabalhadores do transporte coletivo, a PM pediu um mapeamento mais detalhado. Essa demanda será repassada para o setor de planejamento da corporação. “Nós chegamos a cobrar a instalação de um grupo velado, de vigilância, ou de um serviço mais completo de inteligência, mas também ficamos sabendo das dificuldades da própria PM em relação à falta de efetivo. Mas mesmo assim eles se comprometeram a reforçar as operações nos próximos dias”, afirmou Teixeira.

Segundo o Setransp, a intenção é estabelecer um diálogo e permanecer em contato. “Isso afasta os usuários, que tem medo de serem assaltos. A médio prazo também contribui para a queda de passageiros”, informou o sindicato patronal.

“A PM também cobrou mais segurança das empresas, principalmente dentro dos ônibus. Talvez não solucione a questão, mas reforça a segurança”, afirmou o presidente do Sindimoc. O Setransp destacou que tem pedido aos usuários para reforçarem a utilização do cartão-transporte, o que limita o uso de dinheiro.

Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que a reunião ocorreu a portas fechadas e que não revelaria o conteúdo. O encontro foi agendado na última quinta-feira (13) e ocorreu no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar.

Linhas e tubos com “recordes” de assaltos em Curitiba

Segundo um estudo do Setransp, as principais linhas com problema são Trabalhador (46 assaltos), Osternack/S. Cercado (35 assaltos), Bairro Novo A (27), Interbairros IV (22) e Interbairros VI (22). Já as estações-tubo alvo rotineiro são Cel. Luis dos Santos – sentido Centro (162 assaltos), Cel. Luis dos Santos – sentido bairro (159 assaltos), Hipólito da Costa – sentido bairro (109 assaltos), Centro Médico/Bairro Novo (49 assaltos) e Hipólito da Costa – sentido Centro (48 assaltos).

Os dois tubos Cel. Luis José dos Santos, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, no Hauer, já foram assaltados mais de 300 vezes neste ano. O Sindimoc listou também outras estações-tubo com problema: Osternack, Hospital Cajuru, Quartel e Roberto Hauer.

Segundo o Sindimoc, as câmeras de segurança das estações-tubo ajudam a prevenir ações criminosas, mas “apenas 400 estão em funcionamento e não abrangem a totalidade”. A Urbs, porém, informou que todas as estações-tubo e terminais da cidade têm câmeras de monitoramento. Ao todo, são 622 câmeras apenas do transporte, fora as câmeras de vigilância.

Números alarmantes

No fim de setembro, um levantamento da Gazeta do Povo mostrou que foram registrados 1.839 roubos a ônibus e estações-tubo entre janeiro e julho – 4,5% a mais do que o mesmo período do ano passado. O crescimento é ainda maior levando em consideração apenas os casos dentro dos ônibus. Entre janeiro e julho, foram 596 casos. No mesmo período de 2015, foram 511.

Além da Polícia Militar, a Guarda Municipal também faz monitoramento eletrônico do sistema de transporte público. Esse trabalho teria resultado em 1.360 atendimentos e 143 encaminhamentos de pessoas presas ou apreendidas em flagrante de 2013 a 2015. De janeiro a setembro de 2016, foram 191 atendimentos que terminaram com três encaminhamentos.

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