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Pátio da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba: de 2008 para 2009, índice de recuperação de carros caiu drasticamente | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Pátio da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba: de 2008 para 2009, índice de recuperação de carros caiu drasticamente| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Vítima fica com as mãos atadas

O advogado Rodrigo Alexandre de Castro é um dos curitibanos que perdeu o carro no ano passado. Ele teve um Volkswagen Polo roubado no bairro do Alto da Glória em dezembro de 2009. Castro conta que parou com a namorada para comprar um cachorro quente em uma barraca que fica na praça Porto Alegre, na Rua Barão dos Campos Gerais, quando dois homens o renderam e levaram o veículo.

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Crimes fazem seguro ficar mais caro

O diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros, de Previdência Complementar e de Capitalização nos Estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul (Sindseg-PR/MS), Ramiro Fernandes Dias, diz que os roubos e furtos de veículos têm crescido em Curitiba e que isso causa aumento nos preços dos seguros. "Há um aumento acentuado e historicamente a recuperação de carros é baixa aqui", diz.

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  • Veja os indicadores que mostram o aumento de furtos e roubos de veículos

A chance de um motorista curitibano recuperar um veículo roubado diminuiu. Dados da Secretaria de Estado de Segu­rança Pública (Sesp) mostram que, em 2008, 47% dos veículos roubados e furtados na capital voltaram para as mãos dos seus donos. Ou seja, de cada dois carros roubados, um era recuperado. No ano passado, o porcentual de recuperação caiu para 20%. De um total de 7.886 carros roubados ou furtados, apenas 1.601 foram recuperados. Isso significa que apenas um em cada cinco motoristas via o carro de novo depois de tê-lo perdido para o ladrão. No restante do estado também houve uma redução nas apreensões, que passaram de 49% para 34%.

Os dados fazem parte das estatísticas de segurança divulgadas pelo governo do estado nesta semana. O novo secretário de Estado da Segurança, coronel Aramis Linhares Serpa, se comprometeu a retomar a divulgação trimestral dos números, que não vinha sendo cumprida pela secretaria.

Em 2009, segundo os números da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Sesp, foram registrados 55 roubos e furtos de veículos por dia no Paraná, sendo 21 desses em Curitiba. Em todo o estado, portanto, houve um veículo furtado ou roubado a cada 25 minutos. Em Curitiba, um carro sumiu a cada hora.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o delegado da Furtos e Roubos de Veículos, Dirceu Schactae, e com a assessoria de imprensa da Sesp, para co­­mentar sobre a queda na recuperação de veículos roubados e furtados. Schactae limitou-se a dizer que não poderia falar sobre os números de 2008 e 2009 porque assumiu a delegacia em setembro do ano passado. A assessoria da Sesp também procurou o delegado, mas não retornou a ligação até o fechamento desta edição.

Menor que 1991

Em nota publicada na Agên­cia Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do estado na internet, a Sesp afirma que o total de furtos e roubos de veículos em Curitiba no ano passado foi menor do que em 1991. Segundo o texto, no ano passado foram registrados 7.886 furtos e roubos de veículos na capital. E, em 1991, foram 8.282 casos. "Isso levando em consideração ainda que a frota de Curitiba era de 467.396 veículos na década de 90, e hoje é de 1.149.456. A média diária de furtos e roubos de veículos também é menor que em 1991. Na época, a média era de 22,7 carros por dia, em 2009, foi de 21", diz a nota.

Ainda segundo a secretaria, o aumento nos furtos e roubos de 2008 para 2009 está de acordo com o aumento da frota nas ruas do Paraná. Ao todo, a frota de veículos no estado aumentou em 325.538 veículos, enquanto o número de furtos e roubos aumentou 2.349.

"A polícia até tenta fazer seu trabalho, mas o efetivo da delegacia especializada é o mesmo há dez anos. Precisaria um esforço maior em cima dos desmanches que continuam por aí. Além disso, temos fronteira com Argentina e com o Paraguai", afirma o diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros, de Previdência Complementar e de Capitalização nos Estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul (Sindseg-PR/MS), Ramiro Fer­nandes Dias.

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