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| Foto: Pedro França/Agência Senado

“cretinice própria dos bandidos”, diz PSDB

No PSDB, há uma avaliação de que há um direcionamento nas conversas gravadas por Sérgio Machado para atingir o partido. No entanto, tucanos afirmam que a relação com o ex-presidente da Transpetro foi interrompida há mais de uma década e que, portanto, não há motivos para maiores inquietações.

Apesar disso, o tom contra Machado subiu ontem. O partido informou, em nota, que entrará na Justiça contra ele. “Cretinice própria dos bandidos. Não apresenta um fato sequer, faz apenas referências vagas para tentar levar todos para o lugar onde ele está: a lama”, criticou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima.

O ministroTeori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou ontem a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que menciona o possível envolvimento da cúpula do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras.

Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode usar a colaboração para pedir a abertura de novos inquéritos e para incluir detalhes em investigações que já estão em andamento no Supremo. A Procuradoria pode pedir ainda que eventuais menções a pessoas sem foro privilegiado sejam analisadas pelo juiz Sergio Moro, em Curitiba.

A delação de Machado veio a público após o jornal Folha de S.Paulo revelar uma série de conversas gravadas com peemedebistas para negociar a colaboração. Os áudios divulgados provocaram a primeira crise do governo Temer, levando à saída do senador Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento. Jucá foi gravado defendendo um pacto para deter a Lava Jato.

“Metralhadora”

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), padrinho político de Machado, e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) também foram gravados. No áudio, Renan defende uma mudança na lei para dificultar os acordos de delação premiada, instrumento bastante utilizada pela força-tarefa da Lava Jato.

Já Sarney comenta que uma possível delação do empreiteiro Marcelo Odebrecht seria uma “metralhadora ponto 100”, numa analogia ao potencial destrutivo para as carreiras de políticos financiados pela construtora.

Machado vinha conversando há alguns meses com os investigadores para tentar costurar a delação, revelando detalhes do esquema de corrupção em troca de benefícios, mas, inicialmente, chegou a enfrentar resistências pelo material oferecido.

Machado e Renan são alvos de apurações no Supremo por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras. O ex-presidente da Transpetro também faz parte de um pedido da Procuradoria para que seja incluído como investigado no principal inquérito da Lava Jato, que apura se uma organização criminosa atuou nos desvios da estatal.

Delatores como Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Fernando Baiano e Ricardo Pessoa apontaram Renan como destinatário de propina desviada da Transpetro. Há ainda citações sobre o envolvimento de Machado, que teria aceitado a delação com receio de ser preso.

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