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O acusado de matar Glauco chegou à casa do cartunista no Gol de Felipe | Reprodução/FuturaPress
O acusado de matar Glauco chegou à casa do cartunista no Gol de Felipe| Foto: Reprodução/FuturaPress
  • A última tira - O jornal Folha de S.Paulo, onde Glauco trabalhava, publicou na sua edição de ontem a última tira desenhada pelo cartunista morto na semana passada. A personagem, Dona Marta, foi criada em 1981 e, segundo a descrição oficial,

São Paulo - A viúva de Glauco Vilas Boas, Beatriz Galvão, deixou ontem a casa onde vivia com o cartunista, num sítio de Osasco (Grande São Paulo), após o principal suspeito do assassinato do marido e do filho, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, telefonar para ela, na tarde de sábado.

De acordo com a família, Bia, como é conhecida, atendeu a ligação em seu celular e reconheceu imediatamente a voz de Cadu. "Bia, é o Cadu", teria dito o suspeito. Ao ouvir as palavras, ainda segundo familiares, Bia desligou o telefone, ficou agitada e teve de ser amparada por parentes e amigos. A polícia foi informada do telefonema e reforçou a segurança na casa onde ela passou a ficar hospedada e na chácara da família, já que se acredita na possibilidade de Cadu tentar voltar ao local do crime.

A polícia rastreou a ligação, que teria sido feita de um telefone público em uma cidade da Grande São Paulo. O suspeito continuava foragido até a noite de ontem. Cadu tinha o número do telefone celular de Bia porque foi frequentador da igreja Céu de Maria, dirigida por Glauco.

Motorista

Com um leve sorriso, o estudante Felipe de Oliveira Iasi, 23 anos, se apresentou ontem à Polícia Civil de Osasco. Ele é o motorista do carro que transportou Cadu. Iasi chegou à Delegacia Seccional de Osasco às 16h35 de ontem, acompanhado de seu pai e de dois advogados para prestar depoimento sobre a sua participação no crime. O estudante não falou com jornalistas, mas o advogado Cássio Paoletti disse que seu cliente foi mais uma vítima de Cadu e que ele falava com a polícia mais como testemunha do que como suspeito do crime. "Ele (Iasi) foi sequestrado. Teve de levar o cidadão (Cadu) sob ameaça de uma arma", disse o advogado, que nega que seu cliente tenha conduzido o suspeito na fuga. "Ele nem sequer ouviu os disparos", disse.

De acordo com Paoletti, Iasi conhece Cadu há cerca de dois meses e foi convidado para ir a "uma balada". O advogado afirmou que, logo que Cadu entrou no veículo, um Gol, apontou uma arma para Iasi e determinou que fossem direto para a chácara onde Glauco morava. "Preciso ir a um lugar aí para esclarecer que eu sou Jesus Cristo reencarnado", teria dito Cadu a Iasi, na versão do advogado.

Paoletti afirmou que seu cliente presenciou o momento em que Juliana, enteada de Glauco, foi rendida, ainda do lado de fora da chácara, e também viu quando todas as pessoas da família do cartunista foram feitas reféns dentro de casa, sentadas num sofá. Iasi disse à polícia, segundo o advogado, que Glauco, mesmo sob a mira da arma, tentou acalmar Cadu.

De acordo com o advogado, a discussão havia amenizado, mas recomeçou quando Raoni chegou da faculdade acompanhado por uma mulher. Nesse momento, Iasi teria aproveitado para fugir com seu carro. Por isso, não teria presenciado o assassinato nem escutado os tiros. De acordo com Paoletti, Iasi não sabe como Cadu deixou o local. Até então, a versão da polícia, baseada em relatos de testemunhas, era a de que Cadu havia fugido no Gol de Iasi. O delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, responsável pela investigação, não falou com a reportagem após o depoimento.

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