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Renato, à frente, em companhia de moradores da Vila Formosa: de vilinha a palco de conflitos. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Renato, à frente, em companhia de moradores da Vila Formosa: de vilinha a palco de conflitos.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O VIAJANTE

Renato Almeida Freitas Júnior, advogado, assessor jurídico na Defensoria Pública do Paraná. Mora na Barreirinha, trabalha no Centro e circula em regiões como o São Francisco e o Cabral.

DESTINO

Vila Formosa, uma das áreas operárias que forma o Novo Mundo.

DISTÂNCIA PERCORRIDA – 18 quilômetros.

POR QUE CONHECER?

Em 1975, quando os bairros de Curitiba foram redefinidos, a “Formosa” sumiu do mapa da cidade, mas não da fachada de uma linha de ônibus nem da memória dos moradores. Manteve por mais uma década seu jeitão de periferia, com casas de madeira, campinhos de pelada e vizinhança amiga. Um grande movimento de ocupações irregulares nas décadas de 1980 e 1990 acrescentou um novo item à vila – a de maior bolsão da capital. A convivência desses dois mundos faz desse “local que não existe” uma parada obrigatória.

As impressões de Renato Almeida Freitas Júnior sobre a Vila Formosa

Militante na área de regularização fundiária, Freitas Júnior visitou uma das primeiras ocupações da cidade; ali conheceu fundadores da vila que lutam pelo título de suas terras há mais de três décadas.

+ VÍDEOS

Frequentadores dos tradicionais shoppings do sul de Curitiba podem não saber, mas perto dali existe a maior ocupação irregular de Curitiba. O “Bolsão Formosa” abriga oficialmente 1.764 famílias e a vila que leva o seu nome existe desde a década de 1950, em alusão ao Rio Formosa. Tido como um dos primeiros loteamentos operários de Curitiba, o local abriga pelo menos 350 famílias. Muitas aguardam há décadas a regularização dos seus terrenos ou a realocação para moradias da Cohab. “É impressionante como é bem localizada e padece dos mesmos problemas das periferias da cidade”, analisa Renato de Almeida Freitas Júnior, 31.

Advogado, Renato conhece em miúdos os meandros de regularização fundiária. Nascido em São Paulo, chegou ainda criança, com a mãe, à Vila Macedo, uma antiga ocupação em Piraquara. Conheceu a Vila Formosa na última semana e também o seu Jairo Graminho de Oliveira, 87, um dos fundadores da ocupação e mito dos movimentos sem-teto da cidade. “Só de ordem de despejo eu recebi umas dez”, contabiliza o veterano.

Além da Vila Formosa, o bolsão inclui áreas como Uberlândia, Canaã, São José e Vila Leão. Vizinha a elas, cresceu a Ferrovila – ocupação liderada pelo seu Jairo. É uma raridade: tem 40 metros de largura e mais de 7 quilômetros de extensão. A prefeitura tem um projeto para atender 1.794 famílias do bolsão. O processo é demorado. No quintal da associação comunitária, uma escavadeira parada há 25 dias é símbolo dessa espera. (RM)

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