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Treinamento físico dos bombeiros em Matinhos na manhã da última terça-feira: tempo é o grande inimigo dos guarda-vidas no resgate de banhistas que estão se afogando | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Treinamento físico dos bombeiros em Matinhos na manhã da última terça-feira: tempo é o grande inimigo dos guarda-vidas no resgate de banhistas que estão se afogando| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Poucas, mas preparadas

Na atual temporada, o Corpo de Bombeiros conta com cinco mulheres guarda-vidas – três em Matinhos, uma em Pontal do Paraná e uma em Guaratuba –, o que não dá nem 1% do efetivo. Mesmo minoria, a rotina puxada não é diferente para elas.

"As pessoas ficam desconfiadas com o nosso trabalho, principalmente os homens. Mas quando entramos em ação, a desconfiança é deixada de lado", reforça a soldado Simone Aparecida dos Santos.

Além dos riscos do mar, elas também têm de ficar atentas para despistar as cantadas dos banhistas. "Muitos homens dizem que vão se afogar só para receber respiração boca a boca. Mas as cantadas nunca passaram dos limites", diz Simone.

A também soldado Ângela Cristina Antunes relata a tática dos banhistas para abordá-las. "Eles esperam o nosso companheiro de posto sair para entregar bilhetinhos com o telefone", conta. Ân­­gela mora em Matinhos e decidiu entrar para o Corpo de Bom­­beiros pela influência de amigos guarda-vidas. (EC)

  • Sem regalias: as cinco mulheres do efetivo de guarda-vidas no Litoral têm o mesmo nível de exigência dos homens

Passar os três meses do verão na praia é o sonho de muita gente. Porém, para um grupo específico de homens e mulheres, a temporada não é sinônimo de sossego. Para os 594 guarda-vidas do Corpo de Bombeiros que trabalham na Operação Verão, essa época do ano é sinônimo de muito trabalho.

Do início da operação, em 11 de dezembro, até a manhã de ontem, os bombeiros haviam feito 711 resgates de banhistas que estavam se afogando, média de quase 22 por dia. Com um volume tão alto de um trabalho que tem o tempo como inimigo, é imprescindível que cada guarda-vida esteja o mais bem preparado possível, tanto fisicamente, quanto tecnicamente. "A atividade é extenuante. Na correria do dia a dia na areia, meu tornozelo fica dolorido à noite e já cheguei a perder 4 quilos em uma temporada", conta o soldado Mar­­cos Antonio de Souza, guarda-vidas há 16 anos.

O primeiro passo para ser socorrista na praia é o curso obrigatório para formação de guarda-vidas. Por quatro meses, os bombeiros estudam primeiros-socorros, busca aquática, pilotagem de bote inflável e de helicóptero, além de passarem por um rigoroso programa de condicionamento físico. O curso termina com estágio obrigatório na temporada.

Quando escalado para trabalhar na Operação Verão, os guarda-vidas fazem mais quatro horas semanais de atividades físicas na praia, sempre às terças e quintas-feiras – fora o expediente em si, que já resulta em um bom condicionamento.

Na rotina à beira-mar, a contagem de tempo faz parte da rotina do guarda-vidas. Como um expectador de uma partida de tênis, eles ficam com a cabeça de um lado para o outro o tempo todo. Os socorristas têm 10 segundos para visualizar toda a área onde atuam para identificar alguma ocorrência. Caso visualizem alguém em perigo, têm apenas 20 segundos para chegar até a vítima e estabilizá-la. "Dez segundos é o tempo suficiente para que o guarda-vida identifique o local onde a vítima está e parta para o socorro, antes que ela afunde. Já os 20 segundos do resgate é o tempo para socorrer o afogado sem que ele perca a consciência", explica o capitão Charles Elias de Oliveira.

E a recompensa de tanto esforço não acontece somente no momento em que eles salvam um banhista. "As crianças chegam perguntando sobre o nosso dia a dia, nos enxergam como heróis", comenta a soldado Simone Apa­­recida dos Santos, guarda-vidas há cinco anos.

Campeonato

O objetivo de tanto preparo é salvar vidas. Mas os bombeiros paranaenses também se destacam em competições. A equipe do Corpo de Bombeiros do Paraná é tricampeã (2007, 2008 e 2009) do Cam­­peonato Brasileiro de Salvamento Aquático, disputa que envolve guarda-vidas de todo o país.

A disputa é anual e tem três dias de provas, que incluem circuitos de natação e corrida, salvamento com lifebelt (cinturão flutuante usado para resgates), salvamento com pranchão e outras atividades que simulam o socorro na praia.

Veja como evitar afogamentos

- Na praia, procure sempre nadar próximo de um posto de guarda-vidas.

- Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para banho.

- Esteja atento para a sinalização das bandeiras nos postos dos bombeiros.

- Atenção com crianças, mesmo quando o guarda-vidas estiver por perto.

- Nade longe de pedras, estacas, piers ou embarcações.

- Evite ingerir bebidas alcoólicas antes do banho de mar.

- Fale com o guarda-vidas somente o necessário.

- A maioria dos que se afogam sabe nadar e julga conhecer o local onde nadam. Não subestime os riscos no mar.

- Cuidado com valas (buracos extensos). Esses locais aparentam falsa calmaria que podem puxar mar adentro.

Fonte: Corpo de Bombeiros

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