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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

Uma sugestão apresentada na sessão plenária da Câmara realizada na terça-feira (14) pode fazer com que os Armazéns da Família de Curitiba passem a vender ração para cães e gatos, a baixo custo. A proposta é da vereadora Fabiane Rosa (PSDC), que pediu a inclusão do novo item na lista de produtos oferecidos pelo programa da prefeitura. A ideia da parlamentar é que a ração animal seja disponibilizada às famílias cadastradas, para que possam substituir o “arroz com carne” que hoje enchem os pratinhos desses animais.

“A saúde animal está diretamente relacionada à qualidade de sua alimentação. Ao ofertar ração a preços e condições melhores, os armazéns da família vão contribuir para qualidade de saúde do animal e também dos seus tutores”, justificou a vereadora. Para ela, a melhor ideia é colocar nas prateleiras embalagens de dez quilos ou mais dos produtos, para garantir um melhor custo x benefício.

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“Não vai ser venda a granel porque corre muito o risco de estragar. Imagino uma ração de boa qualidade a um preço justo. Os armazéns da família compram pelo mesmo preço que os mercados e não colocam margens em cima”, explicou Fabiane.

Hoje, não existe um estudo que revele quantas famílias que usam os armazéns são tutoras de cães ou gatos. Mas, de acordo com a vereadora, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ajudam a ter uma ideia do cenário: mais de 44% dos lares brasileiros têm pelo menos um cachorro e aproximadamente 18% das famílias convivem com gatos em casa, conforme levantamento de 2015.

Em estudo

A Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento – pasta responsável pelo Armazém da Família – informou que a sugestão da vereadora será incluída em um estudo que está sendo feito, para a reavaliação e aprimoramento do programa. O secretário Luiz Gusi disse que soube da proposta da parlamentar por meio das redes sociais e que está esperando que a indicação formal chegue à secretaria, para que possa ser incluída nas análises feitas pelas equipes do programa.

“Hoje, os Armazéns da Família comercializam gêneros de alimentos e de limpeza. Temos que avaliar a proposta, desde o aspecto da necessidade das famílias atendidas pelo programa à questão financeira e à legalidade do fato”, disse o secretário. “A gente vai levar esse item em consideração nos estudos, até porque a configuração das famílias mudaram. Em muitos casos, pode se dizer, que os animais fazem parte da família”, afirmou.

O Armazém da Família foi criado em 1990 e é regulamento por três instrumentos legais - o decreto 302/90; a lei municipal 7.462/90 e a portaria 32/2013. Para que a ração animal pudesse ser comercializada pelo programa, a Câmara precisaria aprovar uma alteração na lei.

Independentemente da proposta referente à comida para cães e gatos, a Secretaria de Abastecimento já havia instituído um grupo de trabalho para atualizar o Armazém da Família. Ao longo dos próximos três meses, a equipe deve fazer a análise e apontar eventuais mudanças. “Vamos reavaliar o impacto do programa, analisar quem são as famílias beneficiadas e, se for o caso, readequar. Talvez instituir mecanismos de segurança em relação à oferta e demanda de algum item. Enfim, tudo isso será avaliado”, apontou.

Atualmente, os 33 Armazéns da Família de Curitiba atendem 120 mil famílias. Alimentos e produtos de higiene e limpeza são vendidos nestes locais a preços 30% mais baixos, em média, que o mercado formal. Só podem ter acesso aos produtos moradores da capital que possuem renda máxima familiar de 3,5 salários mínimos.

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