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Cerveró (de chapéu) embarca no voo para o Rio: um ano e meio sem poder deixar sua residência, em Itaipava. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Cerveró (de chapéu) embarca no voo para o Rio: um ano e meio sem poder deixar sua residência, em Itaipava.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba na manhã desta sexta-feira (24) e embarcou num voo comercial para o Rio de Janeiro, onde vai cumprir prisão domiciliar em Itaipava, na região serrana do estado, com uso de tornozeleira eletrônica. Durante o voo, Cerveró foi vaiado e xingado de “bandido” e “ladrão” por passageiros.

O ex-diretor firmou no ano passado um acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato e, por isso, ganhou o direito de cumprir a pena em casa. Cerveró ficou um ano e meio preso em Curitiba.

Relato do voo

A professora Benely dos Santos, de 56 anos, que estava no mesmo voo de Cerveró, contou que os passageiros tomaram conhecimento da presença do ex-diretor da Petrobras por causa da movimentação de jornalistas no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana da capital do Paraná. Os passageiros se mantiveram em silêncio até a aterrissagem no Rio. “Quando pousamos [no Aeroporto do Galeão], o pessoal não se conteve. Começou a fotografar e a gritar ‘bandido!’, “ladrão!’. É uma revolta com a impunidade. Ele fez o que fez e volta ao Rio com privilégios. Tinha que encarar a sociedade e devolver tudo o que roubou”, disse. Depois do desembarque no Rio, Cerveró seguiu de carro para Itaipava.

Cerveró tentou passar desapercebido em seu deslocamento de Curitiba ao Rio. Usou boina e óculos escuro. E, ao contrário de quando foi para casa por meio do indulto de Natal, no ano passado, desta vez Cerveró “driblou” a imprensa que o aguardava no saguão do Aeroporto Afonso Pena, e embarcou no voo diretamente pela pista. Ele foi escoltado por agentes da Polícia Federal.

Em dezembro, quando foi autorizado pela Justiça a passar as festas de fim de ano com a família, Cerveró passou pelo saguão do aeroporto. Na ocasião, o indulto de Natal a Cerveró deixou Alberto Youssef irritado, já que o doleiro conseguiu o mesmo benefício, mas com mais restrições que o ex-diretor da estatal. Por fim, o doleiro decidiu permanecer na carceragem da PF durante as festas.

Condenação

O ex-diretor da Petrobras foi condenado a 12 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro em uma ação que tratava da corrupção na Diretoria Internacional da Petrobras, e a mais cinco anos de detenção em uma ação em que era acusado de lavagem de dinheiro. Segundo o acordo de colaboração, Cerveró vai ficar um ano e meio em prisão domiciliar fechada e mais um ano e meio em regime semiaberto.

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