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Janot, procurador-geral da República. | Geraldo Magela/Geraldo Magela/Agência Senado
Janot, procurador-geral da República.| Foto: Geraldo Magela/Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou à tribuna do Senado nesta segunda-feira (31) para tecer mais críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teve sua recondução ao cargo aprovada pelo Senado na semana passada.

Collor acusou Janot de ter mentido na sabatina a que foi submetido pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado antes de ter seu nome avalizado pelos senadores. “Ao contrário do que a maioria dos meios divulgou, o procurador-geral mentiu em respostas às várias perguntas feitas por mim. Em outras, apenas tangenciou as respostas e, em algumas, sequer respondeu”, disse.

O ex-presidente repetiu na tribuna algumas das acusações que fez durante a sabatina. Ele disse que Janot advogou para uma empresa em disputa que interessava à Petrobras enquanto era sub-procurador da República e disse que ele contratou, sem licitação, uma assessoria de comunicação. Collor também afirmou que Janot alugou ilegalmente um imóvel sem alvará em área nobre de Brasília e que deu abrigo a um parente “contraventor”.

Denunciado por Janot no âmbito da Operação Lava Jato, o senador afirmou possuir documentos que comprovam todas as acusações. Os papéis foram entregues ao Senado. “Mesmo assim, mostrando algumas dessas provas documentais, o senhor Janot fez cara de paisagem durante a sabatina. Ela ainda deve muitos esclarecimentos e, tenho certeza, não vai demorar para que a população brasileira e a grande mídia percebam que o Procurador-Geral da República está longe, muito longe, anos-luz, de ser a probidade em pessoa”, disse.

Collor reclamou ainda da cobertura feita pela imprensa da sabatina e disse que neste tipo de audiência não é possível esclarecer todas as dúvidas e denúncias. “As regras e a dinâmica que envolvem uma sabatina não permitem, por limitação de tempo, o completo esclarecimento dos fatos e, menos ainda, a devida cobertura e repercussão. Soma-se a isso a recorrente parcialidade da mídia, que, salvo exceções, inclina sempre suas matérias e análises, quase adernando. Isso é fato ou não é? É claro que é fato. Todos nós aqui sabemos que é um fato”, disse.

Para o senador, Janot foi cínico ao afirmar que não tem nenhuma atuação política no comando do Ministério Público e dizer que sua gestão é pautada apenas em aspectos técnicos. Como contraponto, Collor relembrou uma foto em que Janot aparece sorridente ao lado de uma faixa com os dizeres “Janot, você é a esperança do Brasil”.

“Cinicamente o senhor Janot declarou-se, vejam só, um ser apolítico. Ou seja, que se guia somente pelos aspectos técnicos, pois a atuação política não seria a sua seara. E pergunto: e aquela foto tirada com um cartaz de salvador da pátria? Olha que foto! A alegria e a felicidade estampadas em seu rosto, acreditando ser ele esse que ele tem inscrito no seu busto”, disse.

O procurador-geral passou por mais de dez horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Acusado de promover vazamentos de informações sigilosas, Janot defendeu a legalidade da Operação Lava Jato. Na comissão, Janot foi aprovado por 26 votos a 1.

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