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Olho vivo

• Aerobeto 1

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer explicações da Copel sobre a compra do turbo-hélice King Air por R$ 17 milhões encomendado no início do ano. Antes mesmo de receber o avião (só será entregue em dezembro), a Copel firmou convênio com a Casa Militar do Palácio Iguaçu, por meio do qual a aeronave será utilizada pelo governador, gratuitamente.

• Aerobeto 2

A Aneel – que fiscaliza o setor energético com foco na defesa do consumidor e na regularidade administrativa das concessionárias – faz uma série de questionamentos à Copel. Argumenta que o avião é uma nova e cara fonte de despesas. Logo, ou seus custos recairão sobre a conta dos consumidores de energia ou, então, reduzirão os lucros dos acionistas, dentre os quais investidores privados. Mais: se o avião será mais usado pelo governador do que pela diretoria da empresa, este é um sintoma de que a Copel não precisava de um avião próprio.

• Aerobeto 3

Enquanto a Copel se vê obrigada a dar explicações à Aneel, tramita na Justiça desde novembro do ano passado uma ação popular impetrada pelo deputado Tadeu Veneri (PT) que pede a suspensão da compra. Entre os argumentos, Veneri cita a suspeita de que o edital já nasceu viciado, pois apenas uma empresa poderia fornecer o modelo com as especificações definidas. Segundo o parlamentar, só a fabricante Beechcraft poderia concorrer – previsão confirmada dois meses depois.

• No ataque 1

Seguindo a lição dos estrategistas militares, segundo a qual o ataque é a melhor defesa, o ex-deputado tucano e agora candidato a prefeito pelo PDT, Gustavo Fruet, decidiu reagir às críticas à sua aliança com o PT. Em entrevista ao portal de internet da Gazeta do Povo, foi direto: "Eu estou pagando o preço de ter brigado. Poderia ser um político como tantos outros. Como o Luciano Ducci, que não se posiciona. Como o Ratinho Jr., que nunca se posiciona no Congresso. Eu estou pagando por tomar posição".

• No ataque 2

Fruet, como se sabe, foi uma das principais vozes no Congresso contra o governo petista nas CPIs das quais participou. Está arrependido? Ele responde: "Não me arrependo de nada. Estou fazendo uma aliança comandada hoje pela Gleisi, que não tem relação nenhuma com o mensalão, assim como não tem participação nenhuma do PT de Curitiba com o mensalão. Eu estou em paz".

O novo sistema de radares que a prefeitura de Curitiba pretende implantar na cidade foi testado e não conseguiu comprovar sua eficiência. Realizados os primeiros testes, foi reprovado, mas ganhou uma nova chance e, hoje, será submetido a novos exames. O sistema, proposto por um consórcio integrado pelas empresas Iessa Indra/Velsis – uma delas de capital espanhol – prometia atender ao edital do município que exige que as câmeras reconheçam placas e transmitam todos os dados de fiscalização do trânsito via rádio – isto é, sem necessidade de canais de fibras óticas subterrâneas utilizadas até agora.

Boa no sentido de evitar que as ruas sejam esburacadas para a passagem dos fios, a ideia precisava comprovar, no entanto, que seria capaz e confiável no sentido de registrar com precisão o que mais interessa: as infrações de trânsito– fatos geradores de multas e pontuações na carteira dos motoristas.

Realizado a primeira demonstração numa via de pouco movimento, em maio, as coisas correram mal: os dados coletados não chegavam aos computadores centrais. O que, em tese, já aconselharia a prefeitura a buscar uma outra tecnologia para evitar o duvidoso gasto dos R$ 27 milhões previstos no edital.

Ao invés disso – ou ao invés de convocar sucessivamente as empresas classificadas nas posições seguintes – a prefeitura decidiu dar uma segunda chance à mesma empresa. Desta vez chamou o Tecpar para acompanhar os testes, que serão realizados na manhã de hoje – uma espécie de "segunda época" que os juristas do ramo administrativista dizem não estar prevista na Lei das Licitações.

Em fevereiro passado, contra o sistema e contra a classificação do consórcio ganhador representações deram entrada nos tribunal de Contas e de Justiça, os quais, em decisões liminares, determinaram a suspensão da concorrência. Além da tecnologia inapropriada, os queixosos referiam-se a um suposto direcionamento do edital para beneficiar o consórcio Iessa/Velsis. Obtido o prosseguimento da concorrência, foi então realizado o primeiro teste do sistema, resultando em sua desaprovação.

Enquanto isso, desde março de 2011, a prefeitura mantém em dia o aluguel dos equipamentos e continua usando serviços da Consilux – a mesma empresa que, há 16 meses, teve o contrato rescindido após denúncias no "Fantástico" de que manipulava dados e anulava registros de infrações de trânsito.

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