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A história da rala presença do Paraná no primeiro escalão da República aconselha o ministro da Saúde de Michel Temer, deputado Ricardo Barros (PP), a se precaver do “mau olhado”. Quase todos, desde os tempos de Fernando Collor, caíram numa espécie de maldição da vida curta e conturbada no Planalto Central.

A contar de 1989, o primeiro dos paranaenses degolados do ministério foi Alceni Guerra, que ocupou a Saúde por alguns meses até ser abatido por denúncias de que teria feito compras de bicicletas nas Lojas do Pedro, de Curitiba, com sombrias irregularidades.

No governo de Itamar Franco, foi a vez do pecuarista, banqueiro e senador José Eduardo de Andrade Vieira virar ministro da Indústria e Comércio. Dono do Bamerindus – na época o terceiro maior banco do país –, foi um dos maiores financiadores da campanha que elegeu FHC presidente da República pela primeira vez, em 1994, e permaneceu na equipe como ministro da Agricultura. Mas não demorou muito: perdeu não só o ministério como também o próprio banco, vendido na bacia das almas ao HSBC. O banqueiro morreu no ano passado, isolado numa fazenda do interior do estado, amargurado por não ter conseguido de FHC o socorro que precisava para salvar o Bamerindus.

Já no segundo mandato de Fernando Henrique, Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba e então deputado federal recordista nacional de votos, exerceu por dois anos (1999 e 2000) o cargo de ministro do Esporte e Turismo. Primeiro foi acusado de envolvimento com a “máfia dos bingos” e, depois, naufragou junto com a réplica da caravela de Pedro Álvares Cabral que mandara construir para ser a vedete das comemorações dos 500 anos do Descobrimento. Sua nau nunca singrou os mares dantes navegados.

Já nos governos petistas de Lula e Dilma, o Paraná foi representado por quatro ministros: Paulo Bernardo (primeiro no Planejamento e, depois, nas Comunicações); sua mulher e senadora Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil); Reinhold Stephanes (Agricultura) e Gilberto Carvalho (chefe de Gabinete e secretário-geral da Presidência). Os quatro caíram antes até dos últimos suspiros de Dilma no Palácio do Planalto.

De todos os paranaenses, Stephanes é o único caso de sobrevivência prolongada, múltipla e pluripartidária. Com Collor, foi ministro do Trabalho e Previdência; com Fernando Henrique, da Previdência e Assistência Social; com Lula, foi ministro da Agricultura. Sua notável flexibilidade política, que o fez transitar por governos do extinto PRN collorista ao PT lulista, passando pelo reinado tucano, não produziu, porém, manchas em sua biografia: passou incólume às maledicências e azares que atingiram todos os demais.

Agora chega a vez de Ricardo Barros. Ele ainda está firme na Saúde, mas tudo pode acontecer neste ciclotímico governo Temer, recordista olímpico em mudar de opinião e de ministros. Aconselha-se reza braba e caldo de galinha – bons remédios contra a secura do ar brasiliense.

OLHO VIVO

Terceira via

Nem Dilma nem Temer. Esta é posição do senador Alvaro Dias, ao anunciar, esta semana, que o Partido Verde manterá posição de independência crítica buscando se consolidar como terceira via na corrida presidencial de 2018. Agora como nome mais proeminente do PV, Alvaro se vê favorecido.

Linha restabelecida

Velhos amigos, bastou um simples telefonema para que o prefeito Gustavo Fruet e o diretor-geral da Itaipu Jorge Samek anulassem o ato da vice-prefeita Miriam Gonçalves que devolvia carros elétricos cedidos pela usina. Acertaram que o convênio será renovado.

Ai, que saudades!

O vereador Galdino (PSDB) diz sentir saudades do tempo em que Derosso era presidente da Câmara. Havia mais transparência na divulgação dos discursos, alegou o folclórico edil, conhecido por suas falas desconexas – como esta.

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