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Eleições 2016

Com novas restrições, candidatos vão focar no “corpo a corpo” e na web

Redução do tempo de campanha e fim de doações de empresas devem mudar a forma com que candidatos a vereador buscam voto

Cavaletes foram usados em eleições passadas, mas agora estão proibidos. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Cavaletes foram usados em eleições passadas, mas agora estão proibidos. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

As mudanças na legislação eleitoral aprovadas em 2015 devem modificar a forma com que candidatos vinham fazendo campanha. Além da proibição de doações por empresas, os candidatos estarão impedidos de usar materiais como cavaletes e de realizar pinturas em muros. O cenário atual de desconfiança da população na classe política também deverá interferir nas estratégias para se atingir o eleitorado.

Segundo vereadores entrevistados, o novo pleito será de testes e aprendizado para a classe, que terá que vencer novos obstáculos para chegar à Câmara de Curitiba em 2017. Entre as estratégias, falam em utilizar de forma mais eficaz a internet e o “corpo a corpo” no curto tempo de campanha, que começa em agosto.

Como forma de tornar a eleição mais igual, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também instituiu um teto para os gastos – em Curitiba, os candidatos a vereador podem gastar no máximo R$ 348 mil na campanha, o que corresponde a 70% do maior valor declarado na última eleição. Bruno Pessuti (PSC) foi o vereador eleito que mais gastou em 2012 – foram R$ 497,3 mil.

Especialista diz que disputa vai ficar mais qualificada

Para o vereador, a redução do tempo de campanha deve reduzir consideravelmente os gastos na tentativa de reeleição. “Antes existia um mercado de cabos eleitorais, que eram contratados por 90 dias. Como agora temos a metade do tempo, os gastos com material e com pessoal devem ser reduzidos.” Ainda de acordo com Pessuti, a redução no tempo de tevê fará com que o eleitor passe mais tempo buscando o candidato em que votará. “A internet terá um papel fundamental nesta busca, não só pelas redes sociais mas com os aplicativos de mensagens. Uma das principais estratégias deve ser a criação de grupos no WhatsApp para divulgar o trabalho de candidatos e também para disseminar informações que prejudique os adversários. A Justiça Eleitoral deve estar preparada para isso.”

O que pensam os candidatos?

A proibição da doação por pessoas jurídicas também deve interferir. O vereador Pierpaolo Petruziello (PTB), que teve 75,5% das receitas da campanha por meio de doações de empresas, diz que vai “buscar estes amigos para que façam doações por pessoa física”. Para ele, o tempo curto de campanha beneficia quem tem mandato, mas as limitações de gastos tornam a disputa mais igual. “Não existe mais um programa de televisão, o candidato vai precisar ir pra rua para se fazer conhecido. O uso da internet também será essencial para divulgar propostas e o trabalho.”

Veja quais são as mudanças na legislação

Para o vereador Paulo Salamuni (PV) , as restrições impostas podem incentivar um gasto maior com cabos eleitorais para atuar na busca por votos. “É importante que a haja uma fiscalização mais atuante para evitar práticas ilegais.”

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