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Pelo menos seis empresas de ônibus das sete que operam da zona sul capital não estão funcionando nesta manhã de segunda-feira por falta de segurança. Na madrugada, as viações tentaram colocar os ônibus nas ruas, mas os criminosos continuaram a atear fogo aos veículos e eles foram recolhidos.

Um balanço parcial indica que 65 ônibus foram incendiados em todo o estado, 45 deles na Grande São Paulo. Os bombeiros foram afastados a tiros quando tentaram apagar o fogo de um deles.

Os ataques a alvos civis continuaram com tiros e granadas lançadas contra agências bancárias. Pelo menos oito foram atingidas até agora, uma delas na Vila Olímpia, zona sul. Os bandidos alvejaram também um prédio comercial e tentaram matar uma testemunha, mas não conseguiram. O número de atentados praticados pelo crime organizado já passa de 120.

O número de rebeliões em presídios também aumentou: passou de 44 na noite deste domingo para 46 nesta manhã. Mais de 200 agentes penitenciários e familiares de presos que foram visitar detentos no Dia das Mães estão em poder dos detentos.

A falta de ônibus faz com que os pontos fiquem lotados. Na Marginal Pinheiros, as pessoas se amontoam e a aglomeração já invade a pista. Alguns terminais estão fechados e só serão abertos quando os ônibus começarem a circular. Nas avenidas Ibirapuera e 23 de Maio a cena se repete.

A garagem de uma viação na zona sul da capital paulista também foi atacada. Criminosos jogaram bombas incendiárias por cima dos muros e elas quase atingiram um tanque de óleo diesel. Os funcionários conseguiram apagar o fogo com extintores. Os 291 veículos da empresa não devem circular nesta segunda-feira.

O estado mais rico do pais viveu neste domingo o segundo dia de terror imposto pelo crime organizado. A onda de ataques à bases policiais, que começou na noite de sexta-feira, prosseguiu. O número de mortos chegou a 72 e os feridos a 44 numa contabilidade que chegou a 115 atentados até meia-noite de domingo. Dos mortos, 14 são criminosos.

Pior. Neste domingo, começaram os atentados contra alvos civis: 28 ônibus foram queimados na capital, dois deles em vias de grande movimento da capital: a Marginal Tietê, na altura da Vila Maria, e outro na Rodovia Presidente Dutra, no limite entre a capital e Guarulhos. Houve ônibus incendiados também em Guarulhos, São José dos Campos e Diadema. Uma agência bancária também foi incendiada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Na madrugada, os ataques continuaram e, até agora, chegam a 65 os ônibus destruídos.

Os ataques nas ruas são simultâneos às rebeliões nos presídios. Desde sábado, detentos de 69 prisões do estado se rebelaram. No último balanço de domingo da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) , eram 44 presídios rebelados, com mais de 50 mil presos - o equivalente a uma cidade de porte médio do estado. Até mesmo uma unidade da Febem, a da Vila Maria, aderiu ao movimento, mas a Tropa de Choque da Polícia Militar entrou e controlou o motim. Por volta das 19h foi a vez da Febem Raposo Tavares. Os menores passaram a noite rebelados e a situação só foi controlada no início da manhã.

Apesar do elevado número de mortes e dos levantes, o governador Claudio Lembo afirmou que a situação está sob controle e recusou ajuda do governo federal, que colocou à disposição de São Paulo 4 mil homens da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal, assim como as Forças Armadas.

Numa entrevista coletiva, a cúpula da polícia paulista afirmou que não 'vai negociar com bandido' e o Departamento de Investigações sobre o crime organizado disse que tudo o que poderia ser negociado com os presos já foi acertado anteriormente. Agora, resumiram, os bandidos optaram por confronto e terão resposta à altura.

A polícia criticou ainda a falta de solução tecnológica para evitar o uso de celulares em presídios. Para a polícia, celular é mais perigoso do que arma e é mais fácil fazer calar os aparelhos dentro das cadeias do que acabar com a corrupção que permite a entrada.

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