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Presidente Dilma Rousseff será um dos alvos das manifestações de 13 de março. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presidente Dilma Rousseff será um dos alvos das manifestações de 13 de março.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Congresso Nacional, parlamentares da oposição e também da base aliada reconhecem que as manifestações de rua marcadas para o próximo domingo (13) podem ter peso nos rumos do processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. É o segundo protesto desde a deflagração do impeachment na Casa, no início de dezembro.

Naquele mês, as manifestações contra o governo federal atraíram menos gente, na comparação com os demais protestos ocorridos ao longo do ano de 2015. Agora, combalido pelos últimos desdobramentos da Lava Jato e pelo pedido de prisão do ex-presidente Lula, o Planalto volta sua atenção para as ruas.

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A preocupação do governo federal ocorre porque, embora distantes do processo formal em curso na Câmara dos Deputados, os movimentos de rua influenciam o comportamento dos parlamentares, que votarão abertamente no plenário sobre a questão do impeachment.

O analista político do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) Antônio Augusto de Queiroz chama a atenção ainda para o fato de a manifestação ocorrer em um momento de “infidelidade partidária” autorizada. Ele se refere à “janela partidária”, que fica aberta até o dia 19. Até lá, os parlamentares podem trocar de legenda sem qualquer risco de perder o mandato.

“A manifestação será um referencial para as bancadas partidárias. Se houver um protesto robusto, haverá reflexo imediato na governabilidade, porque aquele parlamentar que está em um partido no qual ele sabe que não pode votar contra o impeachment, por exemplo, vai ter permissão para trocar de partido”, observa ele.

Questionado sobre qual seria o impacto no Congresso Nacional se as manifestações tiverem baixa adesão no domingo, o analista político do Diap conclui que “um eventual fracasso não vai ter o condão de dar gás à oposição no processo de impeachment”, mas acrescenta que o debate entre defensores da permanência da presidente Dilma e aqueles que desejam a destituição da petista “certamente se acirraria”. “Eu acho que o ambiente no Congresso Nacional pode ficar hostil, pode virar um ambiente de guerra”, acredita ele.

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Na esteira da última fase da Lava Jato, quando o ex-presidente Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva para prestar depoimento, o Partido dos Trabalhadores (PT) também convocou a militância, que chegou a anunciar a realização de atos para o mesmo domingo. Temendo confrontos, a presidente Dilma pediu para que os protestos ligados ao PT ocorressem em outras datas, e mobilizações foram adiadas.

Ao contrário do que ocorreu em dezembro, quando a oposição apoiava as manifestações, mas não arriscava participar presencialmente dos protestos, parlamentares filiados ao PSDB, DEM, PPS e SD sustentam que agora estarão nas ruas. A mudança de postura ocorreu logo após a prisão do marqueteiro do PT João Santana, no final de fevereiro, no âmbito da Lava Jato.

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