A dívida do governo do estado com o sistema do transporte coletivo é de pouco mais de R$ 16 milhões. O Palácio Iguaçu, além de estar com a fatura pendurada há semanas, além de ter insinuado que pode não pagar, quer agora parcelar a conta em sete vezes.
Por outro lado, no mesmo dia, reportagem da Gazeta do Povo mostra que, ao contrário do que está acontecendo em outros estados, o governo do Paraná não vai segurar os aumentos do primeiro escalão. Cada um dos 17 secretários de estado passará a receber R$ 23,6 mil mensais. Sem contar os secretários especiais, os presidentes e dirigentes de estatais e de autarquias, todos com polpudos salários.
É claro que os salários dos secretários em si não seria suficiente para pagar a conta toda do governo com o transporte nem para resolver a situação financeira do estado. Mas é simbólico. No início do ano, por exemplo, o governo Richa acertou ao cancelar um edital de contratação de infraestrutura para a posse. O primeiro edital licitava equipamentos de quase R$ 200 mil. Depois de o fato ser revelado, fez-se uma licitação menor de R$ 62 mil. Se o estado está quebrado, é preciso dar o exemplo e economizar.
Mas, pensando bem, os gastos com os salários dos secretários não é assim tão simbólico. Eles custam, só pensando nos 20 secretários (incluindo os três especiais) R$ 472 mil por mês. Quase meio milhão de reais. Em um ano, são mais de R$ 6,1 milhões. Ou seja: perto de metade da dívida com a Urbs, que pretende-se parcelar em sete vezes.
Na verdade, R$ 16 milhões para o governo do estado nem deveria ser muita coisa. Na primeira gestão Richa, por exemplo, a Copel comprou um avião por mais do que isso – avião, aliás, que é usado pelo governador. Só em aluguel de carros blindados e não blindados para a Casa Civil (carros usados pela governador e pela vice, Cida Borghetti) gasta-se R$ 1,1 milhão ao ano. Tudo isso na área de “transportes”.
Os gastos podem ser necessários, sem dúvida. Mas o investimento no transporte de milhões de passageiros também é.
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