O resultado da eleição de 2014 no Brasil dá um belo panorama da interação entre a questão racial e as eleições no país. Um levantamento feito por pesquisadores da UFPR mostra que não só os brancos são maioria absoluta nos Parlamentos como desde o começo as minorias mal participam do processo.
Entre os candidatos, os números já mostram uma predominância de brancos (55,7% do total) e de pardos (34,5%). Os que se identificaram como pretos são 9,1%. Indígenas são 0,3% e “amarelos” são 0,5%.
Curioso é ver que mesmo sendo uma fatia muito maior dos candidatos, os brancos continuam tendo maior porcentagem de eleitos dentre seus candidatos. Em todo o país, mais de 10% dos candidatos brancos se elegem. Entre os pardos, são 4,8% de eleitos. Para os pretos, que não são muitos, elegem-se só 2,7%. E os que menos se elegem são os índios, que já têm pouquíssimos candidatos. Dos que se apresentam, só 1,4% acabam eleitos.
Entre as mulheres a situação também é impressionante. Se em geral elas já têm mais dificuldade de conseguir representação, fora das mulheres brancas a situação é ainda mais difícil. Nenhuma mulher indígena que se candidatou acabou eleita. O mesmo vale para as que se identificaram como “amarelas”. Entre as negras, elegeram-se 2% das pardas e 1,4% das pretas. Das brancas, foram eleitas 4,5%.
Mas, claro, tudo isso tem a ver apenas com o empenho dos candidatos, como diriam os defensores da meritocracia…
O estudo, intitulado “Yasuana Yamaramunha se anamaitá” é assinado por Tiemi Lobato, Adriano Codato e Andréa Oliveira de Castro, todos da UFPR. O título significa: “Vamos lutar, parentes”. Quem quiser pode ver mais aqui.
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