O filme Aquarius, estrelado por Sônia Braga, recebeu censura de 18 anos do Ministério da Justiça. Uma das alegações é que o longa tem “situação sexual complexa”.
Em seu perfil no Facebook, o diretor Klebér Mendonça Filho comentou: “Aquarius censura 18 anos. Incrível”.
A produção do filme também se manifestou surpresa com a decisão. “É incrível ver que Aquarius está se tornando o filme mais controvertido do ano, aparentemente por celebrar a vida de maneira generosa, por ter um ponto de vista social e político forte e ainda trazer como personagem principal essa coisa assustadora para muita gente que é uma mulher forte, que não leva desaforo para casa”, diz o texto.
A produtora Vitrine Filmes entrou com um recurso na Justiça pedindo que a classificação etária do filme fosse revista para 16 anos, mas o pedido foi negado. De acordo com os produtores, o filme não contém cenas de violência e que são apenas três breves momentos de sensualidade.
Para críticos do governo, a censura de 18 anos seria uma represália ao protesto durante o Festival de Cannes, na França, protagonizado pelo elenco contra o que os artistas classificaram como “golpe” em curso no Brasil, se referindo ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. No tapete vermelho, atores e atrizes exibiram cartazes e deram entrevistas denunciando ter ocorrido um golpe de Estado no país.
O filme conta a história da jornalista e escritora Clara (interpretada por Sônia Braga), que mora em um prédio antigo em Boa Viagem, no Recife, e resiste a sair do edifício, mesmo recebendo propostas de uma construtora que pretende demoli-lo para erguer um novo.
Aquarius chega aos cinemas no dia 1º de setembro e será exibido na abertura do Festival de Gramado, na próxima sexta-feira, data em que Sônia Braga será homenageada com o troféu Oscarito.
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