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O dia em que o horóscopo confundiu a criatividade
| Foto:
Arte sobre imagens de Wikimedia Commons e de Vitezslav Valka / Stock.Xchng
Pensando no horóscopo…

Nunca fui de ler horóscopo – nunca diga nunca. Comecei de uns tempos para cá. Culpa do trânsito, dos sinais vermelhos. É que paro todos os dias em algum semáforo em que se distribui o Metro, aquele jornal gratuito que existe em quase todo o mundo. Nada contra o tabloide, que é bem feito e tudo, mas eu trocaria todas as suas edições por viagens sem sinais vermelhos da minha casa até o centro da cidade. Como isso é impossível, sempre abro a janela e pego uma edição do diário. E, a partir do sinal vermelho seguinte, passo a ler o jornal. Dez sinais fechados adiante, já não há mais nada para ler, a não ser o horóscopo – e algumas velhas propagandas de novos empreendimentos imobiliários. Com os preços dos imóveis nas alturas, em algum lugar entre Netuno e Plutão (o que me deixa plutão, por sinal), fico com a astrologia do jornal, que é de graça.

Se é verdade que grande parte das “previsões” sobre o meu signo se revelaram bastante equivocadas, confesso que outras tantas acertaram em cheio. Sempre algo bom, para minha sorte. Até que hoje, sexta-feira, 23 de setembro, o tal horóscopo prevê o seguinte: “Touro – Sua criatividade vai estar um pouco confusa, isso será ruim no seu trabalho e estudos”. Nunca havia tido (ou nunca havia notado) nenhuma previsão ruim. E me vem logo essa. Justamente a mim, um pobre e naturalmente limitado cronista. Se eu trabalhasse como legislador, talvez a falta de criatividade fosse algo positivo: eu não ficaria me coçando para inventar mais uma efeméride imbecil (o dia de qualquer coisa), por exemplo. Mas eu trabalho escrevendo, tentando ser minimamente original – vá lá que nem tudo o que escrevo é criativo, mas eu juro que me esforço. E logo hoje, dia de publicar um texto novo neste blog, minha criatividade está “um pouco confusa”!?

Arrasado, corri para ler o horóscopo publicado na Gazeta do Povo: “Touro – Situações desafiadoras exigem que você se posicione com toda a sua força pessoal”. E eu fiz força. Tanta, que quase fundi a cachola, mas não deu certo. Opa! “Fundir a cachola” é uma expressão mais velha do que andar para frente! Vixe! “Mais velha do que andar para frente” é do tempo do Epa! Epa! Perdoem-me, queridos leitores, isso nunca havia acontecido comigo antes… Macacos me mordam, a coisa está preta, desse mato não sai coelho! Minha criatividade foi para as cucuias! Vou ficando por aqui, sem fechar com chave de ouro. Espero que, na semana que vem, o horóscopo não seja uma pedra no meu sapato, e eu possa dar a volta por cima.

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E você, já foi influenciado pelo horóscopo? Acredita nesse tipo de coisa? Comente abaixo ou pelo Twitter!

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