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Quando duas pessoas se encontram, seus valores mais profundos já estão formados e provavelmente perdurarão para sempre. Por isso, para a solidez de um relacionamento, é necessário que os valores básicos sejam compatíveis. Quando os valores são semelhantes a relação flui e é mais fácil e compensador dividir sentimentos, desejos e pensamentos. Enfim, evoluir juntos.

Individualismo não combina com amor. Isso todo mundo sabe. Individualismo é sinônimo de autonomia, independência, não precisar do outro. Todo cuidado é pouco para não parecer intromissão, desrespeito à individualidade, marcação cerrada ou invasão da privacidade. Raramente as pessoas percebem que pode não ser nada disso e sim, vontade de dividir experiências, acrescentar valor, tornar melhor a vida do outro. Enfim, uma forma de mostrar interesse, zelo, querer evoluir, olhar na mesma direção…

Percebo que as pessoas anseiam ter um par amoroso e quando encontram não estão dispostas a sair da zona de conforto: não querem fazer a sua parte – entregar-se, participar do crescimento do outro. Hoje ninguém tem paciência, as pessoas não chegam a conhecer direito o outro. Não há nem tempo para isso. Basta surgirem os primeiros problemas, rumam para a porta e adeus, fui… Por outro lado, aumentam as queixas de insatisfação, de falta de amor e interesse nos relacionamentos.

Homens e mulheres são de planetas diferentes. Isso não é segredo. Enquanto um está focado na parte física, o outro se preocupa se o pretendente é bem sucedido e tem as finanças em dia. A vocação feminina que mulheres como minha mãe e avó tinham para manter um casamento praticamente inexiste nos dias de hoje. Batalha perdida na guerra dos sexos. É só observar como os pais se comportam quando, principalmente, a filha comunica que está namorando.

Penso que a história abaixo ilustra bem o meu pensamento:

Como transformei meu namorado pobre num partidão

“O Rafael era um rapaz bonito e educado, mas de família bem simples. Meu tio me alertou que ele não era um bom partido, já que era pobre. Meus pais foram contra por causa das nossas diferenças sociais. Sou filha de um advogado e de uma publicitária, sem problemas financeiros, sempre estudei em colégios particulares e enquanto cursava arquitetura conheci o Rafa numa festa junina. O interesse foi mútuo. Ignorei os preconceitos, enfrentei minha família e decidi ajudá-lo a subir na vida.

Analisei o seu potencial. Notei que ele gostava de coisas boas, tinha objetivos concretos, era uma pessoa determinada. Precisava de um empurrão. Percebi que tínhamos uma condição financeira diferente, mas existiam afinidades: esportes, música, praia, passeios diurnos, montanhas, pousadas e uma paixão por cavalos. E o mais importante: nossos valores morais, éticos e familiares eram semelhantes. Uma pessoa do bem!

Nesta época ele trabalhava como atendente num pet shop, sempre estudou em colégios públicos e pretendia prestar vestibular para veterinária, sem cursinho pré-vestibular. A partir daí, estabelecemos passos para chegar até o vestibular. Contra a vontade dele usei minha mesada para pagar um cursinho. Nos finais de semana passávamos revisando as matérias. Transformamos os obstáculos em desafios. Ele sabia que eu estava ao seu lado.

Nossas realidades continuavam diferentes, mas gostei dele e pronto! Aos poucos minha família começou a mudar de ideia vendo o esforço dele. E tudo mudou quando ele foi aprovado no vestibular. Meus pais ofereceram um churrasco de comemoração. Você é maluca! Vai estragar a sua vida e se casar com um pobretão! Estas afirmações foram substituídas por: Parabéns, você é corajosa! Você é determinada, sabe o que quer! Ele é uma graça e vai longe… A estas alturas ele já era o queridinho da minha mãe.

Nos esforçamos para manter vivos os nossos sonhos. O segredo sempre foi encontrar equilíbrio para crescermos juntos. Nunca descuidamos do romance e do carinho entre nós. Afinal, o relacionamento não é feito só de estratégias. Finalmente um ano após a minha formatura ele se formou. Nosso esforço foi recompensado. Ele não era um “pé de chinelo” qualquer, queria vencer na vida. Tirá-lo da pobreza, incentivá-lo a seguir em frente, vê-lo mergulhado num mundo diferente – teatro, galerias de arte, cinema – era prazeroso sentir o entusiasmo dele.
Rafa sabia que poderia ir além. Muitas vezes, precisamos de um impulso.

Abandonei a arquitetura para juntos administrar nossa clinica veterinária e uma rede de pet shops. A nossa festa de casamento foi linda. Temos muitos sonhos pela frente, mas o maior de todos, sem dúvida, foi o nascimento da nossa Maria Valentina. Valeu a pena ouvir o meu coração”.

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