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Caso Phoenix Bar: vamos ao português
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Todo mundo já falou tudo sobre o péssimo atendimento do Bar Phoenix à cliente Juliana, sobre o fato de ele não ter uma assessoria decente, sobre ele ignorar o poder das redes sociais, sobre o quanto ele vai perder de clientes, sobre sua péssima reputação, sobre sua inabilidade para lidar com crises. Teve até rolezinho para finalizar a história.

Mas quase ninguém falou sobre o português do moço. Além de todo estrago na imagem causado pelas suas atitudes, seu português também não ajudou. E quando o assunto é imagem corporativa, no pacote de boas maneiras está, em um dos primeiros lugares, o uso correto da nossa língua.

Para começar, vamos analisar a primeira manifestação do bar, no post de reclamação da cliente. Além de ser extremamente mal educada, utiliza várias características da linguagem informal das redes sociais, que, em hipótese nenhuma, devem aparecer nos textos que representam as empresas. É essencial que, ao estarem presentes no ambiente virtual, seja em blogs, sites ou redes sociais como facebook e twitter, as organizações não utilizem a coloquialidade tão presente no mundo virtual. O texto utilizado é sua imagem; a maneira como se comunicam é o cartão de visitas para as milhares de pessoas que terão acesso à sua marca e a seus serviços. Os acentos inexistem na resposta, que também utiliza uma pontuação precária e uso de maiúsculas, como sinal evidente de grito e grosseria.

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Já na segunda resposta após o funcionário-que-trabalha-no-feriado ter postado respostas muito mal educadas à cliente, o texto apresenta erros básicos de construção textual e acentuação. A primeira questão importante é evitar vícios de linguagem como “vem através desta”. Em várias gramáticas, é possível encontrar esse vício como um dos entraves para a comunicação clara e objetiva. O uso do através, apesar de não ser consenso, também denota pobreza vocabular, já que significa “atravessar” algo. Na frase, o ideal seria “A Phoenix American Mex lamenta…”.

 

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Outra frase bem estranha é “tomamos atitudes inerentes ao fato”. A palavra inerente, mal utilizada, deveria ser substituída por “pertinentes” ou “adequadas”, que não têm o mesmo significado da palavra utilizada. E, como já sabemos, ficamos à disposição, sempre com crase.

Se as empresas não perceberem logo o efeito nocivo do péssimo uso da língua portuguesa em sua comunicação, muitas sofrerão consequências como falta de credibilidade, fidelidade e admiração: três componentes essenciais para qualquer marca que queira se manter no mercado escolhido para atuar.

 

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