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Se o tamanho da produção mundial de soja na safra 06/07 ainda é pouco mais que um palpite, no lado do consumo o espaço para incertezas é menor e os números, mais animadores, devido principalmente às importações da China. De acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o consumo mundial de soja na temporada 06/07 pode chegar a 220 milhões de toneladas, com crescimento de 7 milhões em relação ao ciclo anterior.

A estimativa de produção, enquanto isso, fica estável, em torno dos mesmos 220 milhões de toneladas, e com tendência de queda se o clima não colaborar. Não fossem os estoques recordes de 53 milhões de toneladas, estaria pintado um belo cenário de alta para as cotações.

Voltemos à demanda. Dos 7 milhões de toneladas do aumento no consumo calculado pelo USDA, 4 milhões ficam por conta das importações da China, que devem saltar de 27,5 milhões na temporada 05/06 para 31,5 milhões de toneladas em 06/07, ou 45% de todo o comércio mundial de soja.

Principal destino da soja exportada por EUA e Argentina nos últimos quatro anos, a China passou a ocupar o topo do ranking das vendas externas brasileiras apenas nesta temporada 05/06, desbancando a União Européia. Entre setembro de 2005 e junho de 2006, a China comprou 6 milhões de toneladas de soja do Brasil, o dobro do período anterior.

Os chineses também ampliaram as compras na Argentina, de 2,4 milhões para 3,9 milhões de toneladas (+63%) e, em contrapartida, diminuíram os negócios com os EUA, de 12,6 milhões para 10 milhões de toneladas (-21%). Essa mudança deveu-se à elevação dos prêmios de exportação nos EUA e dos preços do frete marítimo entre o Golfo do México e o Extremo Oriente, o que tornou a compra na América do Sul mais vantajosa para os chineses.

Segundo estudo do Ministério da Agricultura brasileiro, a China, junto com a Rússia, se tornará o principal cliente do agronegócio nacional até 2010. O USDA, por sua vez, estima que, daqui a dez anos, a União Européia importará apenas 14,8 milhões de toneladas de soja, frente aos 14,2 milhões atuais. Para a China, a expectativa é de que as importações cheguem a 49,8 milhões de toneladas, diante dos atuais 27,5 milhões. Alguma dúvida, ainda, de que temos que brigar por uma fatia maior do mercado chinês?

fmuraro@agrural.com.brwww.agrural.com.br

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