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O eficiente sistema brasileiro de destinação final de embalagens de defensivos agrícolas entra na fase de maturidade, mas com uma pedra no sapato. A tríplice lavagem, etapa inicial do processo de recolhimento e reciclagem do material, ainda deixa a desejar.

A meta perseguida pelos elos da cadeia é recolher e destinar 100% das embalagens comercializadas. Para isso, no entanto, o setor terá que romper algumas barreiras que vão desde a conscientização do produtor até a necessidade de se aprimorar os métodos e combater ações ilegais dentro do sistema, seja na fiscalização ao cumprimento da lei ou na repressão ao contrabando.

O primeiro desafio é fazer a lição de casa ainda dentro da propriedade. Do total de embalagens passíveis de reciclagem que chegam nas centrais de recebimento, entre 10 e 11% são encaminhadas para incineração. Por terem sido mal lavadas, elas são classificadas como contaminadas e não podem ser reaproveitadas pela indústria de reciclagem. Para 2007, a meta do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) é buscar algo em torno de 8%. No ano passado o porcentual de contaminação foi de 13%.

O diretor-presidente do Inpev, João Cesar Rando, acredita que é possível reduzir esse índice aprimorando o sistema de classificação. Ele destaca que pelo menos metade do material separado como contaminado foi lavada, o que aponta uma disfunção no processo. O dirigente lembra do resultado de uma pesquisa em que 95% dos agricultores dizem conhecer a lei e que fazem a lavagem e destinação. "É preciso melhorar a classificação e segregação nos postos, onde muitas vezes não se trabalha essas emba-lagens", afirma Rando. Os postos são unidades de apoio, que recebem e repassam o material para as centrais.

Na central administrada pela Associação dos Distribuidores de Insumos e Tecnologia Agropecuária (Adita) de Maringá (Noroeste), o índice de contaminação fica entre 5 e 8%. Waldir José Baccarin, gerente operacional da Adita, explica que a separação entre lavadas e contaminadas (mal lavadas) é feita pelos técnicos da central antes da etapa da prensagem, para posterior destinação final. Das embalagens de agrotóxicos, 95% são passíveis de reciclagem; 5% não podem ser lavadas e vão para a incineração, como as flexíveis e utilizadas em tratamento de sementes.

Para Osvaldo Danhoni, da área ambiental da Cocamar, cooperativa com sede em Maringá, além de reduzir o índice de reciclagem, a embalagem vazia mal lavada oferece um risco potencial ao meio ambiente e à saúde humana. Por outro lado, "somente a redução da incineração já representa um ganho ambiental".

Desempenho

O acumulado do Brasil entre janeiro e novembro aponta que o país deve fechar o ano com 19 mil a 19.200 toneladas de embalagens retiradas do meio ambiente, ou 84% do volume total comercializado. A previsão fica perto de 10% acima do volume de 2005, quando foi registrado um total de 17.881 toneladas. Nos últimos dez anos, o volume de agrotóxicos em uso no país aumentou quatro vezes e alcançou o patamar de produção e comercialização de aproximadamente 400 mil toneladas em 2005.

Educação

Além das campanhas patrocinadas pelo Sindag, as empresas de defensivos também desenvolvem cursos e distribuem material edu-cativo sobre a correta utilização dos produtos e destinação das embalagens. Entre elas está a FMC Agrícola, com sede em Campinas (SP), que mantém o Programa de Atuação Responsável, com objetivo de promover a concientização dos produtores a respeito da preservação ambiental e da segurança pessoal.

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