• Carregando...

Duas ações civis públicas impetradas na Justiça Federal de Curi­tiba questionam se há segurança para expansão do cultivo de milho transgênico. A primeira suspendeu o Liberty Link, da Bayer Crop Science, que decidiu recorrer da decisão no Tribunal Regional de Porto Alegre. Esse milho ainda não foi lançado no mercado, ou seja, a suspensão não teve efeito no campo. A outra ação segue questionando a contaminação do milho tradicional pelos geneticamente modificado que já chegaram às lavouras. A discussão tem efeitos para todo país.

"A sentença que proibiu o mi­­lho LL abre precedentes e mostra que há insegurança também em re­­lação aos demais", afirma a advogada Larissa Packer, uma das representantes das quatro entidades autoras das duas ações: Asses­so­ria e Serviços a Projetos em Agri­cul­tura Alternativa (AS-PTA), As­­so­cia­ção Nacional de Pequenos Agri­­cultores, Instituto Brasileiro de De­­fesa do Consumidor e a organização não-governamental Terra de Direitos.

A advogada relata que o principal argumento está no campo. "Temos estudos realizados no Paraná que mostram que a mais de 500 metros há contaminação acima do permitido para que um alimento possa ser considerado livre de transgenia. Hoje são exigidas só 20 fileiras de milho entre a plantação transgênica e a convencional. Não é suficiente."

Larissa Packer adianta que os autores vão pedir que a Justiça Federal suspenda liminarmente a comercialização dos milhos geneticamente modificados usados nas lavouras. Na safra passada havia quatro opções no mercado e na atual existem seis. O produtor têm adotado o milho resistente a insetos como forma de facilitar o manejo, reduzindo o uso de inseticidas. A produção ganha aparência mais uniforme e, como é menos atacada pelas lagartas, rende mais, atraindo novos adeptos. Os custos podem ser maiores, dependendo da região.

Com essa segunda ação civil, os autores querem suspender as liberações comerciais de todos os mi­­lhos transgênicos usados atualmente, desde o Bt da Monsanto, que teve permissão para que fosse multiplicado em escala co­­mercial em 2007. O plano de controle das em­­presas pode estar de acordo com as regras da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), mas revela-se ineficiente para garantir a coexistência com o milho convencional, argumenta La­­ris­­sa Packer.

Os autos estão com o juiz Nicolau Konkel Junior. Como ainda não houve decisão, o grupo dos réus, que inclui a União e as empresas Bayer, Monsanto e Syngenta, não vem se manifestando.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]