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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem monitorando os investimentos do Ministério dos Transportes para tentar direcionar os recursos para os projetos considerados mais urgentes para o agronegócio, disse a coordenadora geral de Infraestrutura Rural e Logística da Produção do Mapa, Maria Auxiliadora Domingues de Souza, durante palestra na Agroleite. Há previsão de investimento de R$ 104 bilhões no setor até 2014 – concentrados em rodovias (R$ 48,4 bilhões) e ferrovias (R$ 43,9 bilhões).

Diante de 300 produtores dos Campos Gerais, região que conta com a melhor estrutura logística do Paraná, afirmou que, nos próximos cinco anos, o país pretende equilibrar a matriz de transporte de grãos. Apesar de ter de percorrer até 2,1 mil quilômetros para chegar aos portos, a produção segue 60% por estradas, o que encarece o escoamento. As ferrovias representam 33% e as hidrovias, apenas 7%, relatou.

Na Argentina, onde o carregamento de navios é feito a apenas 300 quilômetros da maior parte das regiões produtoras, a concentração de 82% do transporte de grãos nas rodovias se justifica, disse a especialista. Os Estados Unidos, com distâncias de mil quilômetros em média, usam menos as rodovias que o Brasil – 16%, comparou. "O grãos seguem principalmente por hidrovias (61%) e ferrovias (23%)."

A meta do governo brasileiro é reduzir o transporte por rodovias para 33% até 2025 e dividir os demais 67% entre ferrovias e hidrovias, apontou Maria Auxiliadora. As principais obras estão programadas para as regiões Centro-Oeste e Nordeste. Os investimentos em ferrovias e portos do Sul são considerados menos estratégicos.

Os investimentos em portos, uma das principais reclamações da agropecuária do Paraná, devem ser de apenas R$ 4,8 bilhões nos próximos cinco anos, conforme o plano do governo brasileiro. Há previsão de R$ 2,6 bilhões para hidrovias, R$ 3 bilhões para aeroportos e R$ 1,8 bilhão para estradas vicinais. O ritmo da aplicação desses recursos é uma incógnita, uma vez que os cronogramas das obras não vêm sendo cumpridos. O Paraná espera, por exemplo, há mais de dez anos pela conclusão da Transbrasiliana – que tem um trecho ainda sem asfalto entre Tibagi e o Sul do estado.

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