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Geller, ao centro, junto com lideranças do agronegócio paranaense. Estado que 30% mais recursos para safra 2013/14. | Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Geller, ao centro, junto com lideranças do agronegócio paranaense. Estado que 30% mais recursos para safra 2013/14.| Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo

A agricultura brasileira vai precisar de um crédito rural 30% maior na próxima safra. O número foi citado ontem, em Curitiba, durante debate itinerante que deve dimensionar o Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, o Plano Safra. O agronegócio começa a se movimentar para ampliar novamente a produção de soja e milho a partir de setembro, depois de uma temporada de recordes com potencial para 185 milhões de toneladas. A expansão das lavouras do país e o encarecimento de insumos como sementes teriam gerado demanda por R$ 175 bilhões, ante R$ 133,2 bilhões oferecidos em 2012/13.

O reajuste de 30% foi projetado no orçamento da agricultura empresarial, que alcançaria R$ 150 bilhões, e no da familiar, que chegaria a R$ 25 bilhões. Dois terços desses recursos normalmente são usados para custear as lavouras. O restante é reivindicado para investimentos em máquinas e armazéns, por exemplo. Além do crédito rural, os produtores usam recursos próprios e de tradings para financiar a produção.

No caso do Paraná, o reajuste tem de ser maior de 30%, para garantir fatia de R$ 10 bilhões no Plano Safra, segundo o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. O aumento dos recursos é necessário para viabilizar uma safra maior, defendeu, diante da caravana de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que percorre o país.

A presidente Dilma Rousseff prometeu ao setor, em sua última visita ao Paraná, há um mês, que o Plano Safra será divulgado em maio e terá recursos ampliados, além de juros reduzidos. Ontem, a reivindicação foi para que as taxas sejam diminuídas de 5,5% para 4% ao ano.

O aumento dos recursos do crédito rural é necessário para que o agronegócio amplie a estrutura de armazenagem, afirmou o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski. Ele disse que o estado precisa construir armazéns para 10 milhões de toneladas de grãos – dois terços de uma safra de soja. Na última safra foram disponibilizados R$ 6 bilhões para construção de armazéns e a reivindicação agora é de R$ 10 bilhões.

Faltam recursos também para o seguro rural, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette. “Essa safra foi normal [no Paraná], mas nem sempre isso acontece.” O setor pede aumento de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões para subsidiar contratos de seguro.

O secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, não garantiu que as reivindicações serão atendidas. “Há a possibilidade e a vontade do governo. Com demandas factíveis, bem embasadas, vai haver um encaminhamento das propostas”, disse.

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