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Estudantes e professores participam de projeto há 19 anos. Prêmios somam R$ 300 mil | Aniele Nascimento/gazeta Do Povo
Estudantes e professores participam de projeto há 19 anos. Prêmios somam R$ 300 mil| Foto: Aniele Nascimento/gazeta Do Povo

Na presença de aproximadamente 1,3 mil pessoas, a 19.ª edição do Agrinho, considerado o maior programa de responsabilidade social brasileiro, foi encerrada ontem, no Expotrade Pinhais, com a premiação de 307 vencedores. O evento, que distribuiu cinco carros zero quilômetro a professores da rede pública e privada, serviu também para o governador em exercício, Valdir Rossoni, sancionar a lei que normatiza o Programa de Regularização Ambiental (PRA), para implantação do Código Florestal.

Seis mil trabalhos estavam inscritos no concurso, que é promovido pela Federação a Agricultura do Paraná (Faep) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). Criado há 20 anos, atualmente o Agrinho tem versões em outros nove estados (RS, MS, GO, MG, ES, PA, CE, RN e DF). No Paraná, envolve 1 milhão de estudantes e 80 mil professores, segundo a Faep.

Graças ao programa, boa parte da população paranaense tem noção sobre a importância da agricultura em sua vida, disse o presidente da Faep, Ágide Meneguette. Até na pasta de dente a agricultura participa, com fécula de mandioca, acrescentou. Em sua avaliação, essa informação ajuda a valorizar o setor produtivo.

O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, disse que a realização continuada do Agrinho conscientiza, consumidor e produtor, de que é possível uma agricultura altamente produtiva e ambientalmente responsável. “Ao longo do tempo, [o programa] contribui para a formação de um consumidor crítico e consciente do que consome, e de novos agricultores também comprometidos com o ambiente, porque mostra resultados positivos do ponto de vista econômico e ambiental”, argumentou.

Regularização

A lei de autoria do Executivo estadual sancionada pelo governador em exercício, Valdir Rossoni, segundo a assessora técnica de Meio Ambiente da Faep, Carla Beck, traz segurança jurídica e ambiental. O texto detalha regras que devem ser seguidas para regularização de áreas com déficit de floresta, de acordo com o Código Florestal.

Por exemplo, as propriedades com menos de quatro módulos fiscais (cerca de 72 hectares) com áreas ocupadas até 22 de julho de 2008 ficam isentas de recompor a reserva legal. Será possível também utilizar 50% de matas nativas e o restante de exóticas na recomposição da reserva legal.

Experimentação

O Agrinho oferece de carro zero a tablets para estudantes e educadores que reinventam, na escola ou em projetos de extensão social, a relação entre o campo e a cidade.

Carro novo para cinco

Cinco entre 27 projetos pedagógicos receberam carros zero quilômetro. Do ensino particular, foi premiada a professora Marizeli Beló, da Esc. Clodoaldo S. de França (Apae) de Pitanga (Centro). Da rede pública, saíram de carro novo Elvânia Debastiani, da Esc. Castro Alves, de São João (Sudoeste); Joicelene de Oliveira, da Esc. Jaci Maria Lopes, de Salgado Filho (Sudoeste); Adriani Moreira, da Esc. Zuleika D. C. Cassar, de Ribeirão Claro (Norte Pioneiro), e Claudete Zilio, da Esc. Serranópolis, de Serranópois do Iguaçu (Oeste).

Prêmios para 307

No total, foram premiados 307 participantes, entre alunos e professores. Além dos premiados com carros, para os demais vencedores das etapas regionais foram distribuídos tablets, notebooks e kits multimídia. Receberam os prêmios os destacados em Experiências Pedagógicas, Escola Agrinho e Município Agrinho. Segundo a Faep, o 19.º Agrinho contou com a participação de 1 milhão de crianças e adolescentes e 80 mil professores de todo o estado — a maioria das escolas públicas municipais e estaduais.

Mais acesso à escola

Em Pitanga (Centro), um pedido de acesso à escola pelos alunos portadores de deficiência intelectual rendeu à professora Marizelli Terezinha Beló o prêmio na modalidade Experiências Pedagógicas, na rede privada. Ela trabalha com 11 alunos ligados à zona rural, com idade entre 20 e 48 anos, dos quais alguns são cadeirantes. Os alunos, junto com a professora, elaboraram uma carta reivindicando melhorias nas vias de acesso à Escola de Educação Especial Clodoaldo S. de França, que foi entregue ao prefeito da cidade.

Livro sobre o campo

Em Salgado Filho (Sudoeste), a intenção de mostrar o valor de quem vive no campo e sua importância para quem é da área urbana motivou a professora Joicelene da Glória Oliveira, da Escola Jaci Maria Lopes, a escrever o livro “Palavras de A a Z — Novos significados para você”. Para elaborar o material, ela partiu da experiência dos alunos – a maioria é filho de agricultores – o que permitiu estabelecer a conexão que há entre a vida no campo e na cidade. Exemplares do livro foram doados à biblioteca da escola e à creche da cidade.

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